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Domingos Brazão afirma que irmãos são vítimas de armação no caso Marielle Franco

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

jurinews.com.br

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Em depoimento nesta terça-feira no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, no processo que analisa o pedido de cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), seu irmão, Domingos Brazão, afirmou que ambos são vítimas de uma conspiração. Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, acusou policiais de forjarem um dossiê para incriminar os dois.

“Há um policial federal e dois ex-policiais civis que receberam vantagens de um certo indivíduo, do ex-vereador Marcello Siciliano, para me incriminar”, declarou Domingos Brazão.

Os irmãos Brazão estão presos desde março, acusados de serem os mandantes da execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Chiquinho , em seu depoimento, afirmou que tinha uma relação “maravilhosa” com Marielle Franco quando atuaram juntos na Câmara de Vereadores no Rio, e assegurou ser vítima de falsas acusações.

“Não estamos envolvidos em nada. Somos vítimas de acusação de um réu confesso para obter benefícios, não sabemos nem por quê, ele está provavelmente protegendo alguém”, disse Chiquinho.

A defesa de Brazão tentou desfazer a possível ligação do parlamentar com grupos milicianos fluminenses. O advogado de Brazão argumentou que, para entrar nas comunidades onde o político tem sua base eleitoral, na Zona Oeste do Rio, não é necessário pertencer a milícias.

Carlos Alberto Lavrado Cupello (conhecido como Tio Carlos), testemunha de defesa, sustentou que a afirmação de que apenas milicianos conseguem votos nessas áreas é falsa. Ele destacou que outros políticos, inclusive de partidos de esquerda, também obtêm votos na mesma região. Citou como exemplo a eleição de 2018, onde Marcelo Freixo (Psol) foi o mais votado na Praça Seca, na Zona Oeste, e Alessandro Molon (PSB) ficou em terceiro lugar.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) reconheceu que há controle das milícias sobre esses territórios, mas afirmou que ele não é absoluto. Contudo, destacou que a família Brazão teve uma votação muito mais expressiva na região comparada aos candidatos de esquerda.

“Domingos Brazão, também disputando o cargo de deputado estadual, teve 41,79%, e o Freixo, 4,9%. Então, há diferença muito expressiva, em termos de votação nesta área”, disse Alencar.

Todas as testemunhas e os acusados negaram qualquer relação com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Domingos Brazão foi enfático ao afirmar que nunca conheceu a vereadora.

Redação, com informações da Agência Câmara de Notícias

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