A Justiça do Rio vai ouvir nesta sexta-feira (28) testemunhas de acusação e defesa da morte de Moïse Kabagambe. O congolês, de 24 anos, foi assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Norte do Rio, em janeiro do ano passado depois de uma discussão.
A família diz que ele tinha ido cobrar um pagamento atrasado. O crime foi registrado por uma câmerade segurança.
A primeira audiência de instrução foi na 1ª Vara Criminal da capital no dia 7 de julho, 1 ano e meio após o crime, e teve o depoimento da mãe.
Doze pessoas estavam previstas para prestar depoimento, mas apenas três foram ouvidas porque nove testemunhas não foram localizadas pelo Ministério Público do Rio (MPRJ).
Três agressores estão presos preventivamente desde a morte de Moïse:
- Fábio Pirineus da Silva, o Belo, que segundo a polícia, confessou que deu pauladas no congolês.
- Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, que admitiu ter participado das agressões, mas disse que “ninguém queria tirar a vida dele“;
- Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota, que segundo a polícia aparece no registro das agressões imobilizando Moïse no chão.
Eles respondem por homicídio triplamente qualificado.
Crime foi registrado por câmera
O crime foi todo registrado por uma câmera de segurança.
O congolês Moïse Kabagambe aparece de bermuda vermelha discutindo com um homem em um quiosque, na Barra da Tijuca, no dia 24 de janeiro de 2022. Outras duas pessoas chegam e ele é jogado no chão.
Nesse momento, começa a sessão de espancamento. Moïse tenta se defender, mas outro homem aparece com um pedaço de pau. Ele golpeia o congolês pelo menos 15 vezes.
Minutos depois, Moïse é imobilizado e leva pelo menos outras 12 pancadas.
Um quarto homem surge, pega um pedaço de pau e atinge o rapaz outras quatro vezes. Moïse chega a ser amarrado, mesmo sem esboçar qualquer reação.
Quando os agressores percebem que o congolês está desacordado, tentam socorrê-lo.
Outras pessoas também aparecem para prestar socorro, mas não ele já está morto.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) indicou que a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.
O documento diz ainda que os pulmões de Moïse tinham áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue.