O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Marcelo Malucelli, decidiu se afastar nesta quinta-feira (20) dos casos da Operação Lava Jato. Ele alegou circunstâncias que se relacionam com a “integridade física e moral” de sua família.
Malucelli é autor da decisão que restabeleceu, no dia 11 deste mês, a prisão preventiva de Tacla Duran e teve sua atuação criticada na última semana por causa de vínculo de seu filho com o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pela União Brasil-PR.
“Assentadas tais premissas, ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos oriundos da presente operação (em trâmite junto ao Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR) e que se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família, declaro minha suspeição superveniente, por motivo de foro íntimo, para atuar neste e em todos os demais processos relacionados por prevenção, a partir desta data”, escreveu o desembargador.
O filho do desembargador, o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, é sócio do senador e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) no escritório Wolff Moro Sociedade de Advocacia. Além disso, João Eduardo seria namorado da filha do casal de parlamentares.
A decisão de se declarar suspeito para analisar recursos de investigados na 2ª instância se dá depois de Malucelli passar a responder nesta semana a um processo aberto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apurar se o magistrado descumpriu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a investigação envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em um dos processos da Lava Jato.
Confira aqui o despacho do desembargador