O Ministério Público do Paraná, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizou o cumprimento de cinco mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Arnaque. A ação tem como objetivo investigar duas organizações criminosas supostamente lideradas por advogados, que estariam envolvidos na propositura de mais de 70 mil ações judiciais.
As suspeitas de ilegalidade surgiram devido ao fato de que praticamente todas as demandas tratam de empréstimos consignados supostamente falsificados. A investigação foi conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS) e destaca a atuação de organizações criminosas com possível participação de advogados. Os mandados judiciais foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande/MS e executados no Paraná pelas equipes do Gaeco de Curitiba, Guarapuava, Cascavel e Maringá.
De acordo com o órgão, o grupo criminoso obtinha procurações de idosos, pessoas com deficiência ou indígenas para ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras. O objetivo era obter acordos em massa e, consequentemente, obter ganhos financeiros para o grupo.
Além do Ministério Público do Paraná, equipes do Gaeco dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba e Piauí participaram da operação, realizando o cumprimento de mandados judiciais. No Paraná, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e documentos.
OPERAÇÃO ARNAQUE
O nome da operação, Arnaque, faz referência aos métodos fraudulentos utilizados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas.
Ao todo, foram cumpridos 39 mandados de prisão em 21 cidades de 8 estados brasileiros, abrangendo advogados, servidores públicos e vereadores. Segundo o Gaeco, os alvos dos criminosos eram principalmente indígenas, pessoas com deficiência (PCD) e idosos. Durante cinco anos, os líderes dessa organização criminosa movimentaram aproximadamente R$ 190 milhões por meio desse esquema ilícito.