A operação da Polícia Federal que mira o governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB), candidato à reeleição, foi duramente criticada por seus aliados. Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), se posicionaram contra a operação que, por ordem da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou nesta terça-feira (11) o afastamento de 180 dias de Paulo Dantas do comando do Executivo alagoano.
Em suas redes sociais, Gleisi e Renan falam em uso político da Polícia Federal, cuja superintendência, segundo eles, atenderia aos interesses do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A petista diz que a operação é ‘suspeitíssima’ e ‘cheira a manipulação política’, enquanto emedebista cita ‘uso político da PF’ e ‘abuso de autoridade’.
Renan Calheiros também afirma que a ministra Laurita Vaz é bolsonarista e não tinha competência legal para decidir pelo afastamento do governador.
“Foi parar no STJ por armação de Lira e lá perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso”, disse.
Renan anunciou que vai denunciá-la ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Entraremos – eu e o senador Randolfe Rodrigues – contra ela no CNJ pela decisão descabida e nitidamente política faltando poucos dias para a eleição”, escreveu.
O senador ainda associa o presidente da Câmara, Arthur Lira, à Gestapo, polícia da Alemanha nazista. “Pedi a troca do superintendente [da PF de Alagoas], cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo”.
A operação, chamada de ‘Edema’, investiga supostos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro que teriam ocorrido na Assembleia Legislativa de Alagoas sob a presidência de Dantas, entre 2019 e 2021. O valor desviado teria sido de R$ 54 milhões.