English EN Portuguese PT Spanish ES

TRE-PA lança guia “Originários” em cinco línguas indígenas

jurinews.com.br

Compartilhe

Neste mês de abril, em que se comemora o Dia Nacional dos Povos Indígenas, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) lançou oficialmente o guia Originários: Sua língua, seu voto, sua representatividade, elaborado em português e traduzido para as línguas Mebêngokrê, Nheengatu, Wai-Wai, Munduruku e Tenetehara.

O objetivo é proporcionar – na forma escrita e em vídeos curtos gravados nas línguas indígenas – uma compreensão mais ampla e facilitada do processo eleitoral a esse público, com informações sobre cidadania, democracia, candidatura de pessoas indígenas e direito ao voto.

A elaboração das cartilhas integra o projeto da Justiça Eleitoral paraense “Originários: Território, Etnia e Voz”, focado na inclusão sociopolítica da população indígena.

“Estamos visitando algumas aldeias, e percebemos o quanto precisamos conscientizar os indígenas sobre a importância da escolha de seus representantes de forma justa e consciente. Não é apenas o lançamento do guia em cinco línguas, mas a conscientização dessa população”, afirmou, durante o lançamento do guia, o corregedor e vice-presidente do TRE-PA, desembargador José Maria Teixeira do Rosário.

Além de membros do TRE e de lideranças das diversas etnias, participaram do lançamento da cartilha a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; a secretária dos Povos Indígenas do estado, Puyr Tembé; e as professoras do Núcleo de Formação Indígena (Nufi) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Eliete Solano e Antônia Zelina Negrão, que atuaram na assessoria linguística da tradução dos guias para as línguas indígenas, acompanhadas dos professores indígenas responsáveis pela tradução.

DIREITOS INDÍGENAS

Atualmente, o Pará tem 52 locais de votação criados em aldeias e mais de 7,5 mil eleitoras e eleitores que se declararam como indígenas. Conforme a Resolução TSE n° 23.659/2021, o Sistema ELO (onde são inseridas as informações do cadastro de eleitores) permite a identificação da pessoa como indígena, bem como a declaração de sua etnia e língua indígena praticada, de forma exclusiva ou concomitante com o português.

A informação é autodeclaratória e representa um avanço dos direitos dos povos originários no país.

Durante este mês, o TRE-PA também promove mutirões de atendimentos do programa “Abril Indígena”, com o objetivo de emitir o título eleitoral e ainda revisar os dados cadastrais da população originária, com a inclusão da etnia e da língua materna no momento do cadastramento.

REPRESENTATIVIDADE

Adalton Wai-Wai colaborou com a tradução da cartilha para a língua materna da sua etnia e comemorou o projeto. “Minha experiência foi muito feliz, porque é um trabalho que ajuda o nosso povo, pois muita gente não sabe ler em português, e o guia do Tribunal explica tudo. É uma grande vitória para nós”, frisou.

Tradutor da cartilha para a língua Wai-Wai, Rodrigo Gomes Nascimento ressaltou que os guias reforçarão o senso de pertencimento da sua etnia.

“Fiquei muito feliz quando recebi o convite para fazer a tradução para a minha língua, porque vai ajudar meu povo, pois lá [na aldeia] a gente lê e escreve na nossa língua e aqui somos como estrangeiros. A iniciativa do Tribunal foi muito boa”.

Já Ismael Tembé abordou o desafio da tradução para a língua Tenetehara e destacou que o material irá ajudar, sobretudo, indígenas idosos que não falam português.

“Quero agradecer e dizer que foi uma honra ser convidado para essa tradução. É difícil fazer a tradução para a nossa língua, e há palavras que não podem ser traduzidas. O guia vai ajudar muito os nossos tamui, nossos idosos que não falam português”, ressaltou.

Com informações do TRE-PA

Deixe um comentário

TV JURINEWS

Apoio

Newsletters JuriNews

As principais notícias e o melhor do nosso conteúdo, direto no seu email.