A Justiça manteve o afastamento do exercício profissional de dois advogados criminalistas no Pará. Investigações apontam que eles atuavam como braços jurídicos de uma organização criminosa no estado. A decisão foi publicada na última quarta-feira (6) pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJPA).
Com a medida, os advogados ficam proibidos de comparecer em unidades prisionais ou em delegacias de polícia em que haja pessoas custodiadas.
Em junho deste ano, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em um escritório de advocacia em Marabá e em endereços residenciais de Castanhal dentro da Operação Muralha, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estado do Pará (Gaeco), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI).
Em mais de dois anos de investigação, o Gaeco identificou quatro advogados como braço jurídico de uma facção criminosa no Pará, que receberiam ordens diretas dos líderes da facção.
Os investigados faziam parte de uma célula da organização criminosa com atuação em todo o Brasil.
Os advogados acusados por estas e outras práticas, como transmitir recados para criminosos nas ruas e nas prisões, são chamados de pombos-correio. O exercício ilegal da profissão facilitaria o pleno funcionamento da facção, dentro e fora dos presídios.