A “Operação Salmonidae” resulta na manutenção da prisão de 11 dos 15 investigados por envolvimento em um esquema de sonegação fiscal no comércio de pescado em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital. De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), empresas fictícias eram utilizadas para vender salmão, frutos do mar e peixes a preços abaixo do mercado.
No dia 30 de junho, a operação foi executada, resultando no cumprimento de 135 ordens judiciais, incluindo prisões, buscas, bloqueio de contas bancárias, sequestro de bens móveis, imóveis e imposição de medidas cautelares.
A Justiça decidiu manter a prisão de 11 dos investigados, com exceção da contadora do esquema, que recebeu prisão domiciliar. O casal de empresários responsável pela liderança do comércio ilegal de pescados ainda está foragido.
Segundo dados da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, estima-se que a quadrilha tenha movimentado R$ 120 milhões em mercadorias, deixando de pagar aproximadamente R$ 20 milhões em impostos aos cofres públicos.
A investigação identificou que o grupo era composto por três núcleos distintos: administrativo e financeiro, contábil e o terceiro formado por proprietários das empresas fictícias. Além disso, eles contavam com facilidades para emitir procurações em cartórios e tentavam recrutar funcionários para dar continuidade ao esquema.
A Polícia Civil afirmou que as investigações, que duraram mais de um ano, revelaram que a organização vinha constantemente sonegando impostos e utilizando empresas fictícias. O esquema envolvia até mesmo a criação de pessoas fictícias com procurações concedidas aos responsáveis pelo esquema, permitindo a compra de mercadorias nas regiões Sul e Sudeste. Essas mercadorias eram posteriormente revendidas pela beneficiária do esquema criminoso, com o intuito de conferir uma aparência de legalidade à fraude.