O ex-vereador Eduardo Romero, filiado à Rede, foi condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul por improbidade administrativa. Segundo a denúncia do Ministério Público do estado (MPMS), Romero teria contratado seu próprio cunhado para um “cargo fantasma” em 2017. A defesa de Romero pretende recorrer da decisão.
De acordo com a sentença proferida pelo juiz Ariovaldo Nantes Côrrea, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da capital, Romero contratou Ademar Jarcem da Rocha em maio de 2017 para o cargo de assessor parlamentar, com um salário de R$ 5 mil. Como punição, o juiz determinou uma multa de mais de R$ 55 mil ao ex-vereador.
Em relação à acusação de improbidade administrativa, Romero afirmou: “A acusação é incoerente e não corresponde à verdade. Além disso, a sentença não considerou adequadamente os argumentos da defesa, o que será objeto de recurso. Confiamos na Justiça e temos certeza de que essa ação será julgada improcedente”.
A decisão revelou a relação entre Romero e Ademar. O contratado era cunhado do ex-vereador e ocupava um “cargo fantasma”, uma vez que foi constatado que Ademar trabalhava em uma loja de bicicletas das 7h às 17h, horário em que deveria estar desempenhando suas funções no cargo de confiança.
Conforme a decisão do juiz, Ademar foi beneficiado pelo próprio cunhado, Eduardo Romero, e recebeu valores da administração pública “sem a respectiva contraprestação, atuando como ‘funcionário fantasma’ e incorporando indevidamente ao seu patrimônio recursos municipais”.
A defesa contesta a alegação de que Ademar estava separado da irmã de Eduardo Romero durante o período em que assumiu como assessor parlamentar. No entanto, a decisão sustenta que o casal mantinha união estável desde 1992, “sem qualquer ressalva de separação ou conflito desde então, de modo que não é crível que, pouco tempo antes de sua conversão em casamento e exatamente no período em que o requerido Ademar Jarcem da Rocha ocupou cargo comissionado no gabinete parlamentar do requerido Eduardo Pereira Romero”.
Segundo o advogado Fábio Castro Leandro, que representa o ex-vereador, Ademar não tinha qualquer relacionamento com os familiares de Romero. “Assim que Ademar se casou e se tornou cunhado do meu cliente [Eduardo Romero], ele foi exonerado”, afirmou o advogado.