Associações de militares em Minas Gerais estão temendo uma possível redução na participação das mulheres nas instituições militares, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, implementada com o objetivo de promover inclusão e equidade de gênero no ambiente profissional, está gerando apreensão entre os membros das associações.
Segundo o presidente da Aspra, Héder Martins de Oliveira, há receios de que o ingresso de mulheres nas corporações seja impactado negativamente pela mudança. Ele ressalta que os dados só poderão ser confirmados após a realização do próximo concurso, conforme as novas normas.
Para Héder, embora não haja certeza sobre a melhoria ou piora no ingresso das mulheres, há o temor de que o número de mulheres preenchendo vagas seja menor. Ele também expressa preocupação de que as mudanças tornem mais difícil para as mulheres alcançarem os mesmos resultados que os homens nas provas.
Por outro lado, a vice-presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (AOPMBM), Rosângela Freitas, considera que a mudança é uma evolução natural em busca dos direitos das mulheres. Ela afirma que as mulheres que desejam ingressar nesses espaços precisarão se adaptar às novas condições.
Rosângela destaca que a associação não pode prever se o número de mulheres nas instituições diminuirá, mas observa que em outros estados onde os concursos são realizados com ampla concorrência, o ingresso de mulheres na área militar fica em torno de 10 a 15%, uma média que se aproxima da restrição de vagas assegurada anteriormente.
A discussão sobre o assunto surgiu após o ministro Kássio Nunes Marques, do STF, decidir pela retirada da restrição de 10% das vagas destinadas às mulheres em concursos. Isso levou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) a cancelar um concurso para formação de soldados que estava agendado para 10 de março, onde seriam preenchidas cerca de 2,9 mil vagas. O edital foi revogado e os candidatos têm a opção de solicitar a devolução do valor pago pela taxa de inscrição.
Redação, com informações do Estado de Minas