Uma acalorada discussão entre a juíza Ana Maria Almeida Vieira, da 6ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ/MA), e a advogada Ruth Rodrigues, marcou uma audiência virtual em um caso de violência obstétrica. O embate começou quando a advogada solicitou a transcrição de um laudo médico que, segundo ela, estava ilegível. A juíza determinou que o pedido fosse formalizado por escrito no prazo de cinco dias, o que gerou descontentamento da advogada, que buscava agilizar o processo com um pedido oral.
O tom da audiência ficou mais tenso quando a juíza afirmou que “a senhora que está causando esse bafafá desde que começou a audiência”, antes de encerrar a sessão abruptamente. Sem perceber que a câmera e o áudio ainda estavam ligados, a magistrada comentou: “Poxa, eu estou perdendo meu tempo, podia estar fazendo tanta coisa”.
Após o episódio, Ruth Rodrigues desabafou nas redes sociais, afirmando que “nunca fui tão destratada em 18 anos de advocacia” e que continuará defendendo os direitos de sua cliente, reforçando a inexistência de hierarquia entre advogados, juízes e procuradores.
O caso gerou ampla repercussão e levantou questões sobre o respeito mútuo entre os profissionais que atuam no Judiciário. Esse incidente reflete uma tensão crescente em audiências virtuais, exacerbada pela falta de urbanidade em alguns momentos, como ocorreu também em um episódio recente envolvendo a juíza Cleuza Gonçalves Lopes, em Goiás.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Goiana da Advocacia Trabalhista se pronunciaram em relação ao episódio de Goiás, repudiando a conduta da magistrada e destacando a importância do respeito entre os operadores do Direito. As entidades reforçaram que a urbanidade no trato processual é uma exigência legal e ética, essencial para a administração da Justiça.
