Metade (51%) das pessoas no Brasil é favorável à suspensão do funcionamento de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, caso eles não obedeçam a ordens da Justiça brasileira para evitar a divulgação de notícias falsas, segundo pesquisa Datafolha.
Outros 43% dos entrevistados se dizem contra o bloqueio; 3% são indiferentes e 3% afirmam não saber responder. O levantamento foi feito na terça (22) e quarta-feira (23), quatro dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenar a suspensão do Telegram no Brasil.
A decisão, publicada no último dia 18, se baseou no que foi considerado como omissão do Telegram para impedir a disseminação de notícias fraudulentas e a prática de infrações penais. Moraes revogou a medida no domingo (20), por entender que o aplicativo cumpriu suas determinações.
Realizada em 181 cidades de todo o país e com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, a pesquisa do instituto ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos e está registrada no TSE sob o número BR-08967/2022.
Do total de entrevistados, 84% declararam ter conta em alguma rede social. Desses, 82% estão no WhatsApp e 20% usam o Telegram, os dois aplicativos de mensagens mais populares no país.
Com alta capacidade de viralização e grupos que comportam até 200 mil membros, o Telegram possui dinâmica que se assemelha muito mais à de uma rede social como o Facebook do que ao WhatsApp. Apesar disso, não modera nem sinaliza conteúdo —a não ser em casos como de terrorismo.
Na prática, o sistema não chegou a ser suspenso em massa após a decisão de Moraes porque o ministro avaliou que a plataforma atendeu dentro do prazo de 24 horas às ordens dadas por ele, que incluíam, por exemplo, a indicação do representante no Brasil (pessoa física ou jurídica).