O pagamento de um seguro de vida avaliado em R$ 86 milhões virou caso de Justiça em São Paulo. O caso envolve uma viúva, Nayá de Arruda Sigarini, ex-mulher e única beneficiária do empresário José Matheus Silva, morto em julho de 2021 e as seguradoras Prudential, Bradesco Vida e Previdência e Itaú Seguros.
Só da Prudential, o valor do seguro é estimado em R$ 66 milhões, mas a seguradora questiona as circunstâncias da morte do empresário, que foi encontrado morto dentro de seu carro a pouco mais de 1 km de sua casa, em Jandira (SP). Como foi encontrado um revólver dentro do veículo e não havia sinal de roubo, a polícia, em um primeiro momento, trabalhou com a hipótese de suicídio.
Visando esclarecer as circunstâncias da morte, a seguradora recorreu à Justiça em março de 2022 e obteve uma decisão para que o pagamento fosse “congelado” até que todas as investigações fossem encerradas. A dúvida, em um primeiro momento, era se o caso era suicídio, que não daria direito ao seguro, ou homicídio.
Laudos foram realizados e a conclusão foi de que houve uma “tentativa de homicídio”, já que o exame residuográfico não detectou vestígios de pólvora nas mãos do empresário.
Descartada a hipótese de suicídio, a polícia passou a apurar quem poderia ser o autor do crime e a investigar todas as partes supostamente envolvidas, pedindo a quebra de sigilos telefônico, bancário e fiscal. Concluiu-se que o caso foi definido como um “homicídio de autoria desconhecida”.
Com o entendimento da polícia de que José Matheus não tinha tirado a própria vida e que a sua única beneficiária não teria relação com o crime, o valor da indenização deveria ser pago à ex-mulher.
O advogado da viúva diz que a seguradora segue retendo o pagamento. “Alega suspeita de fraude, pedindo, inclusive, a exumação do corpo para comprovar se realmente é do empresário falecido, apesar de a família ter feito o reconhecimento à época da morte e todo o trâmite para o enterro ter seguido o que é previsto na legislação”.
ENTENDA O CASO
Cerca de dois anos antes de morrer, José Matheus contratou três apólices de seguro de vida, com a Prudential, de R$ 66 milhões; com o Bradesco Vida e Previdência, R$ 12 milhões e com o Itaú Seguros, de R$ 8 milhões. Para isso, desembolsava mensalmente algo entre R$ 70 mil e R$ 80 mil para pagar as mensalidades dos três seguros de vida.
Nayá e Matheus ficaram casados por nove anos e se separaram poucos meses antes da morte dele. Juntos tiveram um filho e, mesmo separados, ele a manteve como única beneficiária do seu seguro de vida.
O empresário foi baleado em 2 de julho de 2021 e sua morte cerebral foi decretada dois dias depois, em 4 de julho. No dia em que sofreu o atentado, imagens de câmeras de segurança mostram os últimos passos dele, que apareceu caminhando na garagem, entrando em seu carro blindado e saindo de sua casa em um condomínio fechado.
Redação, com informações do Infomoney