Desde maio de 2016, a Justiça tenta localizar Margarida Bonetti, conhecida como ‘A Mulher da Casa Abandonada’ por causa do podcast do jornalista Chico Felitti, para cobrar R$ 745 por dívida condominial. Após várias tentativas frustradas de citá-la, foi determinado o bloqueio de contas bancárias da mulher, nas quais foram localizados R$ 83,8 mil.
Margarida se tornou foragida do FBI ao ser acusada de manter sua empregada em condições análogas à escravidão por mais de 20 anos. Após a fuga, se escondeu por diversos anos na casa de sua família, localizada no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
A ação para a cobrança da dívida foi movida pelo Edifício Três Barões, na Avenida Angélica, mesmo bairro onde mora. Segundo o processo, ela tem um apartamento no condomínio, e a multa cobrada é devido a danos causados ao hall social do 6º andar, em novembro de 2015, foi pichada a parede da parte interna do local, e o ato foi gravado por câmera instalada no olho-mágico do vizinho. O dano é atribuído à ela.
Desde que o processo foi aberto, em maio de 2016, a Justiça tenta localizar Margarida para cobrar o valor referente à multa e despesas com a pintura do hall. A primeira vez que o oficial de Justiça tentou citar a mulher foi em agosto do mesmo ano, mas não teve sucesso. Outro mandado foi expedido em setembro, mas a mulher não foi encontrada.
Um ano após a ação ser protocolada, em maio de 2017, o Edifício Três Barões pediu a pesquisa dos endereços dela via Bacenjud, Infojud e Renajud, justamente pela dificuldade em encontrá-la nos locais determinados pela Justiça. Outros três mandados foram expedidos, e novamente, sem sucesso.
Um novo mandado chega a ser expedido em 2019, para o endereço da ‘Casa Abandonada’, e mais uma vez, ela não é localizada. Conforme o processo, o oficial foi em dias e horários diferentes, mas o imóvel estava sempre fechado e sem ninguém. “Cumpre informar tratar-se de um sobrado em péssimo estado de conservação e com aspecto de abandono. Conversei com moradores da região que nada souberam informar”, diz o documento.
Depois de quatro anos, foi pedida a citação de Margarida por edital, já que todos os meios possíveis para localizá-la não trouxeram sucesso à Justiça. Em março de 2021, o edital foi expedido. Pouco depois, foi nomeado um advogado para ela por meio da Defensoria Pública.
No entanto, mesmo com todas tentativas de fazer com que a mulher da casa abandonada pagasse a multa, a Justiça não conseguiu nenhum retorno, e então, foi pedido o bloqueio dos valores encontrados em duas contas dela. O valor que antes era de R$ 745, passou a ser R$ 7,8 mil, atualizado em janeiro de 2022, que corresponde a multa e ao ressarcimento pelas despesas com a pintura do hall, além dos juros, dos honorários advocatícios.
Com informações do Terra