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Justiça nega relaxamento de prisão de radical religioso que atacou judeus na internet

jurinews.com.br

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A juíza Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, negou pedido de relaxamento de prisão da defesa de Tupirani da Hora Lores, o líder radical da igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, que foi preso pela Polícia Federal por crimes de crimes de racismo e ódio contra os judeus.

A defesa de Tupirani solicitou a revogação de prisão preventiva – a qual o líder radical está submetido desde o dia 24 de fevereiro -, com substituição de medida cautelar.

Para isso, alegou que o preso não representa perigo para sociedade, que sua pregação foi inflamada ao invocar castigo divino e que Tupirani acredita sofrer perseguições por sua religiosidade. Disse ainda que ele se compromete em não postar novos conteúdos em suas redes sociais até o fim do processo.https://691f757cf5fb69fa3463fd9c5dd10427.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

No entanto, a magistrada rebateu a arumentação e manteve a prisão do radical, que atualmente encontra-se na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu.

Juíza fala em ‘fúria verbal’

“É pouco crível a promessa de não reiteração, já que não foram trazidos aos autos novos elementos capazes de alterar o quadro fático que serviu de suporte à decretação da prisão. Nem a medida cautelar diversa, nem mesmo a busca e apreensão em sua residência/igreja mostraram-se capazes de tolher a fúria verbal do investigado, que pouco ou nada se intimidou com o risco de sofrer repressão, haja vista os vídeos gravados imediatamente após o cumprimento da diligência de busca com conteúdos não só racistas, mas também desacatadores às autoridades criminais estatais”, diz a magistrada em trecho da sentença para na sequência concluir.

“Reitero que o investigado já teve mais de uma chance concedida pelo Poder Judiciário para se manter em liberdade respeitando as normas legais, tendo desprezado todas elas. Assim, indefiro o pedido de revogação da prisão preventiva de Tupirani da Hora Lores”, finaliza.

A Polícia Federal (PF) prendeu o pastor Tupirani da Hora Lores, chefe da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo, dentro da Operação Rófesh.

Crime de ódio

Tupirani da Hora Lores, líder radical da igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, foi preso pela Polícia Federal no dia 24 de fevereiro por crimes de racismo e ódio contra judeus, dentro da Operação Rófesh. Ele foi preso em casa, na sede da igreja, no Morro do Pinto, no Santo Cristo, na região central do Rio de Janeiro.

Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, ele afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Tupirani também atacava outras religiões, como as de origem afro.

Em março do ano passado, a PF já tinha ido lá para cumprir mandados de busca e apreensão.

Além dos crimes de racismo e ameaça, Tupirani responderá por incitação e apologia de crime. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

Ataques contínuos

A PF afirma que Tupirani continuou atacando outras religiões mesmo após a ação da PF.

Tupirani foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa. Em junho de 2009, ele e um discípulo chegaram a ser presos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Polícia Civil do RJ.

De acordo com a sentença da condenação, Tupirani pregava em blogs o fim da Igreja Assembleia de Deus e praticava intolerância contra outras religiões, caracterizando-as como “seguidoras do diabo” e “adoradoras do demônio”. Eles também associavam a figura de pais de santo a homossexuais, de forma pejorativa, ainda segundo a ação.

Em abril de 2018, uma discussão entre guardas municipais e um grupo de 40 seguidores de Tupirani terminou com 12 pessoas da congregação feridas, uma delas em estado grave. Os fiéis teriam pichado inscrições no asfalto, avisando da suposta volta do Redentor em 2070.

Com informações do G1

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