A Justiça de Goiás determinou a prisão preventiva de um tenente e o afastamento de outros quatro policiais militares flagrados em vídeo enquanto espancavam, com socos, tapas e pontapés, um advogado que teve as mãos algemadas para trás e foi arrastado no chão, em Goiânia. A decisão também determinou o recolhimento das armas dos que não foram presos.
Na decisão, a juíza Bianca Melo Cintra considerou denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em razão do crime praticado pelos militares contra o advogado Orcélio Ferreira Silvério Júnior, no dia 21 de julho, na capital. Segundo a decisão, ele foi agredido depois de questionar e filmar uma abordagem policial realizada com agressão contra outra pessoa.
O tenente aparece nas imagens dando tapas e socos no advogado. Segunda a juíza, neste momento, a ordem de prisão considerou “a gravidade concreta do crime, os graves riscos à segurança da aplicação da lei e ameaça às normas e aos princípios de hierarquia e disciplina militares”.
A juíza também considerou respostas do tenente, em oitiva extrajudicial, na qual ele confirmou “que a prática daquele tipo de conduta é sua forma reagir às provocações feitas contra sua pessoa”. Por isso, segundo a decisão, em tese, a investigação comprovou que “a abordagem policial inicial se deu em razão de questões pessoais enfrentadas pelo acusado anteriormente, e não pelo fato de ‘flanelinhas’ estarem fazendo cobrança irregular na região”.
Afastamento das ruas
A decisão também mandou afastar dos trabalhos nas ruas outros policiais que apareceram nas imagens, durante a ação contra o advogado. Eles são os soldados Ildefonso Malvino Filho, Diogenys Debran Siqueira Silva e Wisley Liberal Campos, além do cabo Robert Wagner Gonçalves de Menezes o soldado Idelfonso Malvino Filho.
Tudo começou depois que os policiais agrediram o homem em situação de rua, que também é flanelinha na galeria situada em frente ao terminal de ônibus. O rapaz foi puxado de dentro da galeria para a calçada, onde foi agredido. Informações iniciais dão conta de que ele já seria desafeto de um dos policiais e estava sendo ameaçado pelos agentes.
Em outro vídeo, a vítima reclamou que também sofreu agressão no pátio da delegacia da Polícia Civil e na triagem. Além disso, afirmou ter pedido ajuda a uma agente que, segundo o advogado, agiu com negligência. “Teve uma policial que não quis se identificar, que foi negligente e omissiva, no momento em que pedi socorro e estava sendo torturado.”
A Corregedoria da Polícia Militar não informou quais medidas já foram tomadas em relação aos policiais.
Com informações do Metrópoles