Distribuição de material de prevenção ao novo coronavírus, entrega de alimentos a moradores de rua, prevenção ao suicídio e apoio a mulheres com orientações a respeito do câncer de mama. Estas são algumas das ações realizadas pelo programa “Caminhos da Justiça”, em 2020. Nem a pandemia que chegou ao Rio Grande do Norte, em março, deteve as ações sociais e humanitárias desta iniciativa criada pela juíza Lena Rocha, presidente do programa. As ações são discutidas e implementadas após discussões em reuniões, sediadas no prédio do Fórum Varella Barca. “Ajudar a comunidade mais carente é uma forma de sentir a dor do seu semelhante , sensibilizar-se com ela e apoiar, de forma positiva”, salienta a magistrada sobre o que move estas ações.
Integrantes do programa percorreram ruas da Zona Norte, Cidade da Esperança e do Centro de Natal para distribuir álcool em gel, para pessoas residentes nessas regiões da capital com o objetivo de diminuir a disseminação da Covid-19 na cidade. As equipes preocupadas com a prevenção usavam máscaras e luvas, focaram no atendimento aos cidadãos com menor ou nenhuma condição financeira. Em virtude da escassez do produto, nos primeiros momentos da crise sanitária, o material distribuído foi adquirido pela coordenação do programa junto a fábricas, fora de Natal.
Colocar-se no lugar do outro, sem preconceitos, discriminação ou qualquer barreira semelhante que possa tentar impedir a prática do bem, ajuda a compreender o trabalho dos que fazem esta iniciativa. O “Caminhos da Justiça” observou também o lado de quem está na linha de frente, no atendimento aos pacientes da doença que impactou o cotidiano de todas as pessoas ao longo do ano de 2020. As reeducandas atendidas pelo programa confeccionaram máscaras de proteção, que foram doadas ao corpo clínico do Hospital Walfredo Gurgel.
Vida em primeiro lugar
Ajudar é o verbo mais conjugado pela equipe do programa. É por isso que o lema do programa é “Justiça e Comunidade: trabalho em favor da paz”. E neste contexto, a proteção e defesa da vida em qualquer circunstância estão em primeiro lugar. A equipe prestou sua colaboração às organizações evangélicas que trabalham na prevenção de suicídios, no entorno da Ponte Newton Navarro, sob o rio Potengi. Os voluntários receberam lanches e copos descartáveis, um apoio concreto a quem dedica parte do seu tempo a tentar salvar a vida dos outros, em meio às dificuldades enfrentadas por indivíduos que passam por esse problema.
Criado em 27 de maio de 1997 para apoiar reeducandos e egressos do sistema prisional, além de suas famílias, o “Caminhos da Justiça” não só trabalha com ressocialização, recuperação, educação e autoestima dessas pessoas. Eles passam a ser protagonistas de sua transformação, contribuindo para amenizar a dor dos outros, a ter um papel relevante para a sociedade.
Durante a pandemia, aumentou a necessidade da doação de sangue nos hemocentros, e os reeducandos se disseram presentes com este gesto de amor ao próximo. “Ajudando a comunidade, eles sabem que podem fazer o bem, serem úteis e ter ações positivas”, ressalta a juíza Lena Rocha.
Nem mesmo o isolamento e o distanciamento sociais, preconizados pelas autoridades científicas e de saúde para conter o crescimento de casos de Covid-19, impediram os componentes do programa de ir às diversas partes da cidade, adotando os devidos cuidados, para levar alimentos aos moradores de rua.
Nas duas últimas semanas de outubro, equipes do programa concentraram esforços na entrega de material educativo a respeito da prevenção ao câncer de mama. O objetivo foi levar informação a 5 mil mulheres que vivem na periferia da capital.
Reinserção social
O Caminhos da Justiça atende, atualmente, a 200 reeducandos com o foco na reinserção social, de verdade, dessas pessoas e por meio de palestras e ações sociais um número ainda maior de cidadãos em diversos segmentos da sociedade. O trabalho relacionado aos egressos do sistema prisional, segundo a coordenadora juíza Lena Rocha, tem o propósito de tornar realidade a reinserção social dessa clientela. O programa desenvolve dois projetos importantes: o de Ressocialização de Apenados, descrito acima, e o Cidadania Plena.
Este segundo projeto foi criado em Natal, onde a comunidade participa de palestras, assiste cursos, e é atendida pelas ações do programa, como as realizadas em plena Covid-19. “São essas que nós fizemos na Pandemia, como entrega de álcool em gel, máscaras de proteção, doação de sangue, distribuição de material informativo e as referentes ao Outubro Rosa”, enumera a juíza.
Quem quiser contribuir com as ações do programa pode adquirir os produtos que são feitos pelos reeducandos, contribuindo para as ações sociais realizadas e também para o sustento dos egressos e suas famílias. Para comprar esses produtos basta ligar para o telefone (84) 98811-9316. O programa não recebe doações.
Com informações do TJ-RN