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Aras sabia do uso da Abin para anular caso Queiroz e ignorou pedidos de investigação

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Desde 2020, o ex-procurador-geral da República Augusto Aras foi instado diversas vezes a investigar o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para encontrar provas que anulassem o processo contra o senador Flávio Bolsonaro pela suposta prática de rachadinha.

No final de 2020, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou que Aras investigasse o uso da Abin para beneficiar o senador e filho do então presidente Jair Bolsonaro. No entanto, Aras não concluiu as investigações.

A determinação ocorreu após revelações de que a Abin paralela havia sido acionada para buscar provas que derrubassem o caso Queiroz. Em 2021, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a coluna entregasse os relatórios revelados em dezembro de 2021, nos quais a Abin paralela orientava Flávio Bolsonaro sobre como encontrar provas para anular o caso Queiroz. A coluna não forneceu os relatórios para proteger suas fontes.

A advogada de Flávio Bolsonaro na época, Luciana Pires, foi chamada a depor na PGR. Pires havia dito que Alexandre Ramagem havia enviado os relatórios. Alegando sigilo profissional, a advogada não compareceu ao depoimento, e a PGR não prosseguiu com a investigação.

Na quinta-feira (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, que investiga a produção de notícias falsas e o monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas considerados opositores pelo governo Bolsonaro.

Um dos elementos citados pela PF para solicitar a operação ao STF foi um áudio apreendido em um aparelho de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Na gravação de uma hora e oito minutos, feita na reunião de 25 de agosto de 2020, Bolsonaro, Ramagem e Heleno discutiram um plano para derrubar a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro.

A PF prendeu Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército; Marcelo Araújo Bormevet, agente da PF; Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência; e o empresário Richards Dyer Pozzer. Os ex-assessores José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos foram alvos de mandados de busca.

AUTORIDADES ESPIONADAS

Entre as autoridades espionadas ilegalmente pela Abin paralela estão os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux; o presidente da Câmara, Arthur Lira; o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que lideraram a CPI da Covid no Senado em 2021.

Redação, com informações do Metrópoles

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