A milionária disputa judicial entre a empresária paulistana Carolina Andraus Lane e o ex-senador do Amazonas Gilberto Miranda, envolve um conhecido advogado americano que, segundo a empresária, deve explicações sobre como seu nome foi retirado de um truste que abrigava uma fortuna de quase 1 bilhão de reais proveniente de negócios que, de acordo com Carolina, foram feitos em conjunto pelo casal. A Justiça brasileira tenta, sem sucesso, ouvir o advogado sob condição de testemunha.
A defesa de Carolina afirma que uma alteração societária fraudulenta do contrato do truste, que ficava sob a guarda do advogado Donald Fox, do escritório Fox, Horan & Camerini, de Nova York, retirou irregularmente Carolina de seu quadro de proprietários. Dessa forma, quando ela se separou de Miranda, a empresária não teve mais acesso ao que acredita ser sua fatia dessa fortuna.
O truste foi constituído após Carolina e Miranda fecharem, antes do casamento, a venda de um terminal de contêineres do Porto de Santos para uma gigante europeia do setor de logística. Carolina diz que era sócia de Miranda nesse empreendimento e que, quando se casaram, ela concordou em depositar os mais de 240 milhões de dólares recebidos em um truste americano. Mas diz que, quando se separaram, Miranda alterou o conteúdo dos contratos para deixá-la de fora.
Já os advogados de Miranda negam qualquer ato ilícito do ex-senador, afirmam que Carolina nunca foi sócia formal no negócio do porto e que as alegações dela já foram julgadas – e desconsideradas – pela Justiça paulista na ação de divórcio do casal.
O processo está em trânsito na Justiça de São Paulo. A advogada Rosane Rosolen, que defende Carolina, destaca que a ação atual é “de natureza estritamente societária” e busca “apurar haveres devidos a cada sócio, resultados de negócio específico realizado antes do casamento, concebido, estruturado, desenvolvido e fechado por Carolina”. Para a advogada, “o sócio e ex-marido (Miranda), no intuito de não pagá-la, distorce e diminui sua importância no negócio”. “Sua arma”, complementa ela, “é a desmoralização da sócia por ser mulher, forma misógina, sexista e machista, inaceitável nos dias de hoje”.
Com informações da Veja
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