O afastamento do cargo do juiz federal Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro, após decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na última terça-feira (28), reascendeu a tese de quarentena de seis meses até um ano para integrantes da magistratura entrarem na política.
Um integrante do CNJ que participou do julgamento de Bretas, ao defender a quarentena, deu um exemplo do destino de pessoas que estavam em cargos estratégicos da Lava Jato é escancarado, mostrando que dois estão em cargos.
Não foram citados nomes, mas ele se referia ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e ao deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que eram juiz e promotor da operação em Curitiba, respectivamente.
Tanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) defendem que a quarentena, para que o aparelho judiciário não seja usado como trampolim para a entrada no Congresso Nacional.
Bretas tinha excessiva proximidade com a ala política do Rio de Janeiro, incluindo políticos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), ao ex-governador Wilson Witzel e ao atual governador, Claudio Castro (PL).
O juiz afastado é suspeito de parcialidade na condução da Lava Jato no estado.
Bretas afastado trará enxurrada de pedidos de anulação de sentença
advogados que tem clientes alvo da Lava Jato estão preparando processos para pedir a suspeição de Bretas para anular sentenças, decisões e processos inteiros.
É analisado que o legado da operação no Rio de Janeiro pode ser reduzido com isso. Um exemplo dado pelo advogado Carlo Luchione, é natural que os advogados procurem as anulações após a decisão do CNJ. Luchione explica que Bretas combinava delações e passos dos processos advogados e procuradores.
Com informações da CNN Brasil