O ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol recebeu em dezembro um pagamento de R$ 191 mil do Ministério Público Federal de indenizações por férias.
Aos 42 anos, Deltan anunciou seu desligamento do Ministério Público no dia 4 de novembro e, no mês seguinte, se filiou ao partido Podemos, pelo qual disputará cargo público nas eleições deste ano.
À Folha de São Paulo o ex-procurador afirmou que, “em razão das exigências do trabalho na Operação Lava Jato”, precisou acumular períodos de férias que foram usufruídos após sua saída da força-tarefa, em 2020, “compatibilizando as suas férias com as de outros colegas e as necessidades do trabalho”.
Na época da exoneração, no entanto, ele ainda estava com períodos antigos acumulados, que seriam gastos em 2022.
“Férias não gozadas devem ser, por força de lei, indenizadas”, disse o ex-procurador.
Questionada, a Procuradoria da República no Paraná afirmou que os pagamentos são de natureza pessoal e que não seria possível dar detalhes “além do que já é disponibilizado regularmente no Portal da Transparência, em conformidade com a legislação”.
Ao longo de 2021, o ex-procurador já havia tirado um total de 50 dias de férias, divididos em cinco partes. Segundo ele, isso evitou o afastamento por longos períodos e se adequou a necessidades do trabalho da Procuradoria.
Membros do Ministério Público Federal têm direito a 60 dias de férias por ano, assim como também ocorre com magistrados.
O salário do ex-chefe da Lava Jato na instituição era de R$ 34 mil brutos.
Em dezembro, ele também recebeu outros R$ 17 mil a título de décimo terceiro, a gratificação natalina.
Fonte: Folha de São Paulo