A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou processos administrativos contra os servidores da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira. Eles são investigados por longas ausências do serviço enquanto estavam cedidos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2021 e 2022, além de serem alvo de apurações no inquérito sobre uma suposta “Abin paralela” nesse período.
Bormevet e Freitas, suspensos de suas funções públicas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares, são agentes da PF desde 2024 e 2026, respectivamente. Pereira, delegado da PF desde 2003, também estava na Abin durante o período investigado.
A operação Última Milha da Polícia Federal investiga o suposto uso indevido da estrutura da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos da família Bolsonaro. Além de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, e o vereador Carlos Bolsonaro, a operação mira o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro.
Rodrigues é esposo de uma servidora da Abin em Salvador, e um computador da agência foi apreendido em sua residência durante a operação.
As investigações indicam que Ramagem continuou recebendo informações da Abin mesmo após deixar o cargo. O uso irregular do programa First Mile, que permitia o monitoramento de milhares de pessoas, incluindo ministros do STF, políticos e jornalistas, começou a ser investigado em 2023.
O sistema de geolocalização permitia acessar informações dos celulares cadastrados, criar históricos de deslocamento e alertas em tempo real.
Redação, com informações do R7