O Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), desembargador Cruz Macedo, concedeu uma entrevista reveladora aos jornalistas Ana Dubeux e Carlos Alexandre de Souza, abordando temas cruciais como os impactos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o enfrentamento à violência doméstica e feminicídio, os programas inovadores do TJ-DFT para expandir o atendimento à população e as premiações recentes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhecem os esforços da Corte.
Ao se aproximar do primeiro aniversário dos atos antidemocráticos que resultaram em invasões e depredações a instituições públicas, o Presidente ressaltou que essa data ficará marcada na história como uma “mancha”. No entanto, destacou os esforços conjuntos do TJ-DFT e de outras instituições na defesa da democracia, evidenciados pela realização de 1.406 audiências de custódia com as pessoas presas em 8 de janeiro.
Cruz Macedo relembrou o voluntariado significativo de diversos juízes que se dispuseram a conduzir audiências em um período de apenas uma semana, alcançando uma média de 30 audiências de custódia por dia. “Foi um desafio que conseguimos vencer. Penso que fizemos um bom trabalho”, elogiou o magistrado, ressaltando a resiliência da democracia e alertando para a necessidade de permanecer atentos a desafios futuros.
Ao abordar a questão alarmante do feminicídio, que marcou o Distrito Federal com 32 vítimas este ano, o presidente Cruz Macedo destacou o compromisso permanente do TJ-DFT no combate à violência doméstica contra mulheres e crianças. O magistrado enfatizou a crueldade dessa forma de violência, expressando sua consternação pelos elevados números de casos.
“Nós já temos alguns diagnósticos. A violência começa com agressão, depois passa à agressão psicológica, depois uma lesão, depois de uma agressão mais intensa, e posteriormente, a morte”, explicou Cruz Macedo sobre os estudos desenvolvidos pelo TJ-DFT. Ele assegurou que todos os autores de feminicídio em Brasília estão presos ou mortos, muitos deles em prisão preventiva ou enfrentando as consequências de suas ações.
O desembargador destacou os programas desenvolvidos pelo TJ-DFT, especialmente pelo Núcleo Judiciário da Mulher (NJM), no combate à violência contra a mulher. Citou o programa “Maria da Penha Vai à Escola”, que tem incentivado denúncias, as 20 Varas de Violência contra a Mulher e o programa “Diálogos”, onde agressores participam de conversas com psicólogos numa tentativa de conscientização e prevenção da escalada da violência.
A entrevista proporcionou uma visão abrangente dos desafios e realizações do TJ-DFT, evidenciando o comprometimento incansável da instituição em lidar com questões sociais urgentes e em promover a justiça. As premiações recebidas pelo CNJ refletem o reconhecimento externo dos esforços e da eficácia do tribunal em suas diversas iniciativas.
Redação, com informações do Correio Braziliense