A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) apresentou uma representação ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) solicitando a apuração de uma possível infração ética disciplinar cometida por um promotor de Justiça. Durante um julgamento no Tribunal do Júri de Brasília, o promotor teria chamado um advogado de “gazelão”.
A representação foi entregue à Corregedoria do MPDFT em 27 de junho. A Procuradoria de Prerrogativas da OAB-DF descreveu o confronto ocorrido entre o promotor de Justiça Bernardo de Urbano Resende e o advogado Anderson Pinheiro Costa, que também é conselheiro da Ordem no DF, em 9 de fevereiro.
Costa atuava como representante do réu, que estava sendo acusado de tentativa de homicídio, enquanto o promotor de Justiça estava encarregado da acusação. No final, o cliente de Anderson foi condenado por lesão corporal grave.
Durante o julgamento, o advogado alegou ter sido vítima de homofobia e ameaças. Um áudio obtido pela coluna “Grande Angular” revelou que a discussão teve início quando Anderson Costa mencionou um processo no qual a vítima da lesão corporal estava envolvida em outra ação, relacionada à tentativa de homicídio. O promotor chamou o advogado de “desonesto”.
Após ser chamado de “gazela” por Anderson Costa, Bernardo Resende reagiu dizendo: “Nunca mais me chame de gazela, que eu te meto a mão na cara”. Em seguida, o promotor se referiu ao advogado como “gazelão”.
Visivelmente irritado, Anderson mandou o promotor “calar a boca”. Em entrevista à coluna “Grande Angular”, o advogado negou ter iniciado os xingamentos ou chamado Bernardo de “gazela”. Ele afirmou: “Eu disse para ele parar de gritar igual a uma gralha. Falei isso para ele em voz baixa”.
Testemunhas ouvidas pela OAB-DF confirmaram que o promotor chamou o advogado de “gay”, “veado”, “gazelão” e também o ameaçou fisicamente.
