A Justiça de Mato Grosso determinou a libertação de um homem que estava preso equivocadamente no lugar do irmão, em um caso envolvendo tortura, corrupção de menores e organização criminosa em Cuiabá. A decisão foi proferida pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal da capital, no último dia 29 de julho.
O grupo de seis pessoas, incluindo o irmão do homem liberado, segue preso e terá audiência de instrução e julgamento marcada para 4 de setembro. Segundo o Ministério Público, os acusados fazem parte de uma facção criminosa e teriam aplicado um “salve” – punição interna comum entre criminosos – contra uma vítima.
Ao analisar o caso, o juiz identificou que o homem preso não tinha antecedentes criminais e que havia indícios de que seu irmão, já conhecido por usar a identidade do familiar em outro crime, seria o verdadeiro investigado. O magistrado observou diferenças na caligrafia dos irmãos e falhas no reconhecimento fotográfico feito pela vítima.
A imagem utilizada no reconhecimento mostrava um homem com uma tatuagem grande no braço direito, detalhe confirmado no exame de corpo de delito. No entanto, fotos recentes do homem preso comprovaram que ele não possui nenhuma tatuagem. Com base nessas inconsistências, o juiz ordenou a soltura imediata e determinou a separação do seu processo dos demais envolvidos.
O magistrado ainda solicitará a análise de documentos de identidade para que o Ministério Público possa se manifestar sobre a abertura de um novo processo contra o irmão procurado.
Com informações do G1