O influenciador digital Hytalo Santos, que teve a conta no Instagram desativada após uma denúncia viral feita pelo youtuber Felca, já estava sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB). As apurações, iniciadas em 2024, analisam suspeitas de exploração de menores em conteúdos publicados pelo influencer.
As investigações do MPPB tiveram início a partir de denúncias recebidas pelo “Disque 100”. O foco das apurações é determinar se os vídeos de Hytalo, que frequentemente mostram adolescentes dançando ou discutindo relacionamentos, possuem um teor sexualizado que viola o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A recente denúncia de Felca, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, detalha o caso de Kamylla Santos, de 17 anos. O youtuber aponta que a jovem teria sido exposta a um “clima adulto” desde os 12 anos, quando passou a integrar o grupo de Hytalo. O vídeo de Felca destaca situações sugestivas e a filmagem do pós-operatório de um implante de silicone feito por Kamylla aos 17 anos.
As denúncias resultaram na abertura de um inquérito policial e em uma investigação pelo Ministério Público do Trabalho. Por decisão judicial, as redes sociais de Kamylla foram removidas. Hytalo Santos nega as acusações, alegando que as mães das jovens consentem com as gravações e que as adolescentes são emancipadas.
A “adultização” de crianças e adolescentes, embora não seja um crime com tipificação específica, é uma prática combatida pelo ECA, que proíbe qualquer forma de negligência, exploração, violência ou submissão a constrangimento. A lei brasileira busca garantir a proteção integral dos menores, reconhecendo sua “condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”.