O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu o advogado Jeffrey Chiquini da Costa, defensor de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A intervenção ocorreu ontem (14/7), durante uma sessão na Corte, após o advogado tentar, por diversas vezes, argumentar na tentativa de adiar o julgamento.
Chiquini insistiu na necessidade de suspensão, chegando a interromper o ministro durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid. Irritado, Moraes disse: “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, encerrando a tentativa da defesa de suspender a audiência.
ACESSO A PROVAS
Antes do episódio, Chiquini havia solicitado o adiamento da oitiva de Cid, alegando ter recebido nos últimos dias um grande volume de documentos enviados pela Polícia Federal (PF) e não ter tido tempo hábil para analisar todo o material. O ministro rejeitou o pedido de forma direta, afirmando que os documentos não integram o cerne da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que a suspensão da audiência seria infundada.
Na sequência, Moraes voltou a destacar a igualdade no acesso às provas disponibilizadas nos autos. “Eu analisei todas e espero que todos as analisem”, disse o ministro, reforçando que a defesa não teria sido prejudicada pelo envio recente de documentos complementares.
A PGR já apresentou suas alegações finais referentes ao “Núcleo 1”, composto por Bolsonaro e outros sete réus, apontados como articuladores centrais da tentativa de golpe em 2022. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, ainda sem data marcada.