A tradicional companhia têxtil Teka, que opera em Santa Catarina e São Paulo e está em recuperação judicial desde 2012, teve a gestão judicial afastada por decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). O desembargador Robson Varella determinou que o controle da empresa retornará aos seus diretores e aos conselhos de administração e fiscal.
Por oito anos, a Teka foi gerida por administradores indicados pelo Judiciário, que monitorava o desenrolar da crise financeira da companhia. Desde o início de 2024, o cargo de CEO era ocupado por Rui Otte (ex-Intelbras e Securiwell), por força das determinações judiciais. No entanto, com aval do tribunal, uma nova composição dos conselhos e, na sequência, uma nova diretoria foram eleitas no final do ano passado.
Desde a eleição, o fundo Alumni, da gestora Buriti, que adquiriu ações da Teka nos últimos dois anos, vinha buscando autorização para extinguir a gestão judicial. Em primeira instância, o pedido foi negado, mas, agora, em segunda instância, a solicitação foi autorizada. Com essa decisão, conselheiros e diretores estão empoderados para liderar a recuperação da empresa, salvo exceções.
O desembargador Varella afirmou que, como a Teka ainda está em recuperação judicial, os novos gestores não poderão vender bens, contratar empréstimos ou assumir novas obrigações de pagamento em nome da companhia sem autorização judicial. Caso essas ações sejam necessárias, eles deverão recorrer à administração judicial, atualmente a cargo do escritório Leiria & Cascaes.
Anteriormente, no mesmo processo, os administradores judiciais haviam sinalizado ao TJ-SC que a Teka era economicamente inviável e, por isso, necessitava ter sua falência decretada. O pedido foi aceito em primeira instância, mas revertido em segunda instância em março.
Com a nova gestão, a Teka, além de seguir operando, passará por uma auditoria da Ernst & Young. A PwC Brasil havia sido designada inicialmente para a tarefa, mas recuou.