O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão do Departamento de Estado dos Estados Unidos, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação oficial foi publicada nas redes sociais em português e inglês, marcando uma nova escalada de tensão entre os dois países.
Segundo o governo norte-americano, Moraes estaria “usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia“. A nota afirma ainda que “impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público“. Além da condenação, os Estados Unidos prometeram responsabilizar “todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”. O texto encerra com a frase: “Deixem Bolsonaro falar!“.
A crítica foi publicada no contexto de crescente tensão entre os Estados Unidos e o STF. O ministro Alexandre de Moraes já havia sido alvo de sanções do governo americano em 30 de julho de 2025, sob a acusação de graves violações de direitos humanos, com base na Lei Magnitsky. Além do bloqueio de bens e proibição de entrada nos EUA, a sanção prevê que qualquer pessoa ou instituição que colabore com atos considerados abusivos também poderá ser responsabilizada.
A decisão de prisão domiciliar de Bolsonaro foi tomada após o ex-presidente ter, segundo Moraes, descumprido medidas cautelares ao se manifestar publicamente durante um evento com apoiadores. A medida integra o inquérito que investiga suposta tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.