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“Ataque à democracia brasileira”, diz Celso de Mello ao considerar arbitrária revogação de vistos de ministros do STF por Trump

Reprodução: Folhapress

jurinews.com.br

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O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, criticou duramente a decisão do governo de Donald Trump de revogar vistos de ministros da Corte. Em nota divulgada nesta segunda-feira (21/7), Mello classificou o ato como “extremamente arbitrário”, reforçando que a medida, anunciada na última sexta-feira (18) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, está embasada em um falso pretexto de “perseguição e censura”.

Mais do que uma ofensa sem causa, essa prepotente deliberação governamental americana, apoiada em fundamento destituído de veracidade (mendaz, portanto), ao investir, absurdamente, contra o STF e os seus íntegros e honrados magistrados, desrespeita, profundamente, o nosso País e a dignidade do povo brasileiro”, afirmou Celso de Mello.

O ministro aposentado também estendeu sua crítica ao “tarifaço” de Trump, que imporá aos produtos brasileiros uma taxa de 50% a partir de 1º de agosto. Segundo ele, a medida “não se trata de mera questão econômico-tarifária, mas, isso sim, de deliberado (e gravíssimo) ataque à democracia brasileira e a suas instituições, notadamente à Corte Suprema do Brasil. Ataque esse perpetrado pelo governo Trump, associado tanto à extrema-direita bolsonarista, quanto à extrema-direita internacional.”

“QUISLINGS NACIONAIS”

Celso de Mello ainda criticou a atuação de Trump à frente da presidência dos Estados Unidos. “Por lhe faltar a condição honrosa de ‘estadista’, Donald Trump demonstra ser mais um daqueles medíocres e indecorosos governantes que desconhecem a História (e que, por isso mesmo, estão fadados a repetir-lhe os erros); e que revelam ultrajante menosprezo pela dignidade de outros povos e grupos nacionais; que transgridem princípios fundamentais que moldaram as relações internacionais dos Estados modernos”, citou o ministro aposentado.

O ex-ministro também pediu punição àqueles que, segundo ele, reduzem o Brasil à “condição de simples colônia”.

Mais do que nunca, e em razão de recentes eventos, torna-se necessário identificar, expor e punir, nos termos da lei e respeitado o direito ao ‘due process of law’, os ‘quislings’ nacionais que, ressentidos, despojados de qualquer dignidade e destituídos de qualquer sentimento patriótico de respeito e apreço por nosso país, agem, insidiosa ou explicitamente, contra os superiores interesses do Brasil e do seu povo, conspirando, sem pudor e de modo desonroso, aqui ou em terras estrangeiras, com o sórdido (e traiçoeiro) objetivo de submeter nossa pátria, os seus valores e tradições de que tanto nos orgulhamos ao domínio de potestades estrangeiras, buscando reduzir o Brasil à condição inferior e degradante de uma simples colônia”, concluiu.

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