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Advogados brigam e trocam acusações mútuas dentro de cadeia por cliente envolvido em caso de homicídio pelo PCC

jurinews.com.br

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Uma acalorada disputa entre dois advogados criminalistas transformou-se em caso de polícia em Curitiba. Robert Veloso e Jackson Bahls protagonizaram uma briga no parlatório da Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana da capital paranaense. O incidente, ocorrido em 2 de abril, tem como pano de fundo o assassinato de Tatiele Aparecida dos Santos, de 34 anos, morta com três tiros em janeiro, em Itaperuçu (PR).

Os dois advogados atuam em lados distintos no processo que apura o homicídio: Jackson Bahls defende Josuel dos Santos Faria, enquanto Robert Veloso representa William da Silva — ambos réus acusados de envolvimento direto na execução da mulher. Segundo Bahls, o homicídio teria sido encomendado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), após a vítima ser apontada como informante da polícia.

CONFRONTO NO PARLATÓRIO

O boletim de ocorrência, registrado no dia 3 de abril, relata que Robert Veloso estava no parlatório atendendo um cliente quando foi abordado pelo detento Josuel dos Santos Faria, que aguardava seu próprio advogado, Jackson Bahls. Veloso relatou ter sido surpreendido por Bahls, que o interpelou de forma agressiva, proferiu ameaças como “eu vou te pegar” e “vou te arrebentar”, e o agarrou pela camisa.

Bahls admite a reação, mas alega que agiu após flagrar Veloso tentando aliciar seu cliente. Segundo ele, o colega teria oferecido um acordo no qual William da Silva, também réu no processo, assumiria o homicídio de Tatiele em troca de R$ 30 mil. A briga foi registrada como ameaça, injúria e vias de fato. O espaço é monitorado por câmeras de segurança, e a direção da unidade prisional foi acionada para fornecer as imagens.

ACUSAÇÕES MÚTUAS

No embate verbal, as ofensas foram mútuas. “Você é um lixo de advogado. Por isso que a gente está da forma como está. Porque o advogado, em vez de trabalhar junto, vem aqui meter a faca nas costas dos outros, roubar clientes do colega”, teria dito Bahls a Veloso durante a discussão. Em resposta, Veloso rebateu: “Ele é desequilibrado. Parte pra cima dos outros achando que está em um ringue, mas não passa de um fofoqueiro que vive fazendo barraco pra se promover”.

A advogada Júlia de Melo do Prado, esposa de Robert Veloso, também foi envolvida na confusão. Ela acompanhava o marido no atendimento aos presos e presenciou o momento em que Bahls teria partido para cima dele. O casal assinou uma ação cautelar na Justiça pedindo acesso às imagens das câmeras de segurança do parlatório. Segundo Bahls, Júlia também teria participado da tentativa de aliciar Josuel, assumindo a defesa do preso em troca dos R$ 30 mil.

Robert Veloso promete levar o caso às últimas consequências: “Esse advogado desrespeitou a mim e à minha esposa. Nos ameaçou, nos constrangeu na frente dos presos, pegou na minha gravata, puxou e ainda me deu um tapa de forma covarde, pelas costas. Vou buscar a condenação dele no âmbito civil e criminal. E uma punição severa na OAB para ele aprender a respeitar os colegas de classe”.

Jackson Bahls, por sua vez, mantém sua versão: “Esse tipo de conduta, de advogado entrar em cadeia e tentar pegar cliente dos outros oferecendo acordo por dinheiro, desmoraliza a advocacia. É antiético, é ilegal. Quando vi a cena e fui tirar satisfação, ele veio debochar, me empurrou com a barriga e ficou rindo. Foi aí que eu perdi a paciência. Mas o que aconteceu ali foi reação a uma tentativa clara de corromper meu cliente“.

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