A Igreja Mundial do Poder de Deus terá um de seus templos em Santo Amaro, São Paulo, penhorado pela Justiça – SP em decorrência de uma dívida de aproximadamente R$ 881 mil em aluguéis atrasados de outro templo, localizado em Ubatuba, no litoral paulista.
O imóvel penhorado está avaliado em R$ 260 milhões, teve sua inauguração em 2014 pelo apóstolo Valdemiro Santiago e é um dos maiores do Brasil, com uma área construída de 46,9 mil metros quadrados e capacidade para 20 mil pessoas.
O templo em Ubatuba é de uma professora e a Igreja Mundial o alugou em 2009, porém, em 2017 a instituição deixou de cumprir com os acordos de pagamentos contidos no contrato.
De acordo com o processo, a igreja reconhece a dívida, porém afirmou ser uma organização religiosa sem fins lucrativos que se sustenta exclusivamente por meio de dízimos e doações voluntárias, e que sua renda é integralmente consumida pelas despesas.
Segundo a igreja, sua situação financeira é bastante delicada, tendo em vista a natureza volátil dos dízimos e contribuições, que variam de acordo com a liberalidade dos fiéis. A Mundial afirmou ainda que enfrenta uma “dívida astronômica” e é alvo de mais de mil ações na Justiça.
A decisão de penhorar o templo foi tomada pelo juiz Diogo Volpe Gonçalves Soares, que tenta garantir o pagamento de cerca de R$ 70 mil referente aos honorários do advogado que representa a professora no processo. A ordem de penhora pode resultar no leilão do imóvel, que já foi colocado à venda em outros processos judiciais, mas a igreja conseguiu suspender o procedimento propondo acordos com os credores.
Em março, o juiz havia ordenado a penhora dos dízimos pagos pelos fiéis da sede da igreja em Ubatuba, mas a decisão foi revogada após o advogado afirmar que a igreja estava com pouca frequência e arrecadação. A penhora do templo foi dada em substituição, mas a Mundial pode apenas questionar os cálculos da correção da dívida, uma vez que o processo já transitou em julgado. De acordo com apóstolo Valdemiro Santiago, a igreja vem enfrentando dificuldades financeiras, sobretudo em decorrência da pandemia.