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STF rebate narrativa e revela que idosos são minoria entre condenados pelo 8 de janeiro

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Dos 497 condenados pelo Supremo Tribunal Federal pelos atos de 8 de janeiro de 2023, apenas 43 têm mais de 60 anos — o equivalente a 8,6% do total. Entre eles, apenas 15 são mulheres. Os números foram divulgados pelo STF para desmentir a tese de que a corte estaria punindo “velhinhas de bíblia na mão”, argumento impulsionado por políticos de extrema-direita.

DESMASCARANDO A FAKE NEWS

O ministro Alexandre de Moraes citou os dados ao aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Em sua fala, ele destacou um vídeo que mostra cenas de vandalismo e agressões durante a invasão das sedes dos Três Poderes. “Nenhuma bíblia é vista, nenhum batom é visto nesse momento. Mas ataques à polícia são vistos, pedido de intervenção militar é visto”, afirmou.

A narrativa das “velhinhas” ganhou força com o senador Rodrigo Valadares (União-SE), relator do projeto de anistia para os envolvidos nos atos. Em entrevista, ele questionou se “velhinhas com a bíblia na mão são golpistas?”, reforçando o discurso entre apoiadores de Bolsonaro.

PERFIL DOS CONDENADOS E PENAS APLICADAS

O grupo etário mais numeroso entre os réus tem entre 51 e 60 anos (168 pessoas), seguido pelos de 41 a 50 anos (154). Já os jovens são minoria: apenas 32 têm menos de 30 anos.

Além disso, a maioria dos condenados não cumpre pena de prisão. Boa parte recebeu penas alternativas, como prestação de serviços comunitários e multas. A punição mais severa até o momento foi de 17 anos e seis meses de reclusão.

O CASO DA CABELEREIRA

Outro ponto que gerou debate sobre o rigor do STF foi o caso de Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo. O ministro Alexandre de Moraes propôs pena de 14 anos de prisão, dos quais apenas um ano e seis meses se referem à depredação do patrimônio público.

O ex-ministro Celso de Mello defendeu a condenação, afirmando que a gravidade dos crimes justifica penas mais altas para alguns réus. No entanto, na última sexta-feira (28), Débora foi autorizada a cumprir prisão domiciliar, após completar quase 25% da pena.

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