O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, investigados na Operação Sisamnes por suspeitas de corrupção e venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Além disso, Zanin negou o pedido para que reassumissem seus cargos.
A operação também investiga o empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como “lobista dos tribunais” e peça central no suposto esquema. Andreson está em prisão preventiva no Presídio Central do Estado do Mato Grosso desde 26 de novembro. O pedido de sua defesa para revogação da prisão ou transferência foi igualmente rejeitado, embora Zanin tenha autorizado visitas de sua advogada e esposa, Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, que também é investigada pela Polícia Federal.
Enquanto isso, o ministro autorizou o desembargador Sérgio Fernandes Martins a reassumir a presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, apesar de suspeitas de corrupção também terem envolvido aquele tribunal.
A Operação Sisamnes se estende a desembargadores de outros estados, como Bahia, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão, além de assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Diante dos escândalos, o ministro Gilmar Mendes destacou que casos de corrupção envolvendo magistrados prejudicam a imagem do Judiciário, mas garantiu que as investigações têm sido rigorosas. Já o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enfatizou em evento recente no Mato Grosso do Sul que ninguém deve ser condenado antes de um julgamento justo.