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Prefeito de Palmas é alvo da PF em nova fase da Operação Sisamnes que apura venda de sentenças no STJ

Imagem: Reprodução/ Benhur de Souza/Assembléia Legislativa de TO

jurinews.com.br

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A Polícia Federal (PF) deflagrou a 9ª fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas envolvendo tribunais estaduais e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um dos principais alvos desta etapa foi o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos.

Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao prefeito, inclusive na sede da prefeitura da capital do Tocantins. Além disso, Eduardo Siqueira Campos teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o país.

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito. A PF solicitou a prisão preventiva do prefeito, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o pedido foi negado pelo ministro.

De acordo com as investigações, Campos teria repassado informações sigilosas sobre operações policiais ao advogado Thiago Marcos Barbosa, preso em uma fase anterior da Sisamnes. Barbosa é sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, que, à época, negou envolvimento e afirmou não ser investigado.

Interceptações telefônicas, autorizadas judicialmente, indicam que o prefeito teria alertado o advogado sobre investigações que tramitavam sob sigilo no STJ, prejudicando a eficácia das operações policiais e beneficiando investigados.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que o grupo investigado “teria tido acesso antecipado a detalhes de operações policiais, comprometendo a eficácia das medidas judiciais que seriam implementadas”.

Em entrevista concedida nesta sexta-feira, Eduardo Siqueira Campos negou ter cometido qualquer irregularidade e afirmou que as informações que detinha foram obtidas por meio de advogado regularmente constituído. “Estou aqui para responder sobre suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel”, declarou.

A Operação Sisamnes teve início após a investigação do assassinato de um advogado no Mato Grosso. A análise do celular da vítima revelou indícios de um esquema de venda de sentenças em diversos tribunais, inclusive no STJ, abrindo diversas frentes de apuração.

Em fases anteriores, o STJ negou oficialmente que ministros da Corte tivessem conhecimento de qualquer irregularidade praticada por membros de seus gabinetes.

As investigações continuam sob sigilo, com o objetivo de desarticular o esquema de venda de decisões judiciais e o vazamento de informações sensíveis que, segundo a PF, comprometeram a integridade de operações policiais em curso.

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