A Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou-se favorável ao arquivamento da investigação que apura a omissão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), durante os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. O parecer foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, e será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
INVESTIGAÇÕES E DEFESA DE IBANEIS ROCHA
A PGR, por meio do procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que Ibaneis colaborou com as investigações ao se apresentar voluntariamente à Polícia Federal e entregar seus dois celulares. O documento destacou que as investigações não encontraram evidências de que o governador tenha tentado encobrir informações ou agir de forma a impedir a repressão aos ataques.
Gonet ressaltou que Ibaneis fez 36 ligações para autoridades buscando agir rapidamente diante da invasão à Praça dos Três Poderes e não há indícios de tentativa de omissão ou prejuízo às operações de segurança. A PGR concluiu que as diligências realizadas não forneceram elementos suficientes para dar continuidade ao processo penal.
FALAS DA PF E INVESTIGAÇÃO SOBRE ANDERSON TORRES
O relatório da Polícia Federal enviado ao STF apontou falhas na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que comprometeram a resposta dos órgãos de segurança aos ataques de 8 de janeiro. Essas falhas foram atribuídas à ausência do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que estava em viagem no exterior. A PF também indicou que o serviço de inteligência foi deficiente, o que contribuiu para a resposta inadequada aos manifestantes.
Em fevereiro de 2024, o inquérito contra Anderson Torres foi arquivado pelo Ministério Público Federal (MPF), que não encontrou provas suficientes para caracterizar dolo em sua conduta. A investigação também envolvia Ibaneis Rocha, mas a PGR concluiu que não havia elementos para prosseguir com a acusação contra o governador.