O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que em breve fará a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins para ocupar uma vaga na corte. A informação foi confirmada por fontes tanto no STF quanto no Planalto.
A vaga está em aberto desde a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski em abril e tem sido alvo de intensas disputas nos bastidores. Lula optou por indicar Zanin devido à forte relação de confiança que tem com o advogado, que o defendeu durante a Operação Lava Jato.
Zanin foi responsável pelo pedido de habeas corpus no STF que resultou na anulação das condenações de Lula. Desde que retornou à Presidência, o líder petista tem buscado cercar-se de pessoas que o apoiaram durante os 580 dias em que esteve detido em Curitiba.
Embora o nome de Zanin precise passar por sabatina no Senado, não se espera que ele enfrente resistências, apesar dos possíveis conflitos de interesse que possam surgir em casos envolvendo a Lava Jato ou o próprio presidente da República.
Zanin não era a escolha preferida pelos ministros do STF nem pelos advogados do grupo Prerrogativas, que lutou contra a Lava Jato. A indicação do advogado para o Supremo tem movimentado outras peças no tabuleiro do Judiciário.
De acordo com informações obtidas pela CNN, Lula almoçou ontem com o ministro Alexandre de Moraes e o ministro da Justiça, Flávio Dino, no Planalto. O tema da conversa foi a indicação de dois novos ministros para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No final da tarde, o próprio Moraes anunciou a escolha de Floriano de Azevedo Marques e André Ramos, ambos nomes apoiados por ele. Segundo fontes, Lula fortaleceu a posição de Moraes no TSE como forma de compensar sua recusa em aceitar a indicação para o STF.
O favorito de Moraes para o STF é Luiz Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça e ministro do STJ. Lewandowski e parte do grupo Prerrogativas apoiam Manoel Carlos de Almeida, ex-secretário-geral do STF e do TSE. Também houve pressões para que Lula escolhesse uma mulher negra para o cargo.
Em outubro deste ano, a ministra Rosa Weber se aposentará, e o presidente fará uma nova indicação para o STF.
