O deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) acionou a Justiça com o pedido de que sua ex-esposa, a influenciadora e escritora Cíntia Chagas, seja proibida de publicar conteúdos relacionados à temática da violência doméstica em suas redes sociais. O parlamentar também requereu sua prisão preventiva, alegando violação de decisão judicial que impunha sigilo ao caso.
A controvérsia entre o casal ganhou repercussão pública após Cíntia registrar boletim de ocorrência em setembro de 2024, no qual acusa o deputado de agressões físicas e psicológicas. A investigação segue sob sigilo judicial, e Lucas Bove nega as acusações.
Na nova petição, a defesa do parlamentar afirma que Cíntia descumpriu decisão da Justiça de 26 de novembro de 2024 ao publicar, no dia 6 de junho, um vídeo em que aborda, em terceira pessoa, situações de abuso sofridas por “mulheres independentes”. Os advogados argumentam que a publicação indireta violaria o sigilo do processo judicial.
As advogadas de Cíntia Chagas rebateram o pedido, classificando-o como “absurdo” e afirmando que a tentativa de prendê-la por uma publicação genérica nas redes sociais causa “espanto e indignação”. Na resposta, também foram citadas ocasiões em que o próprio deputado teria descumprido medidas judiciais e falado publicamente sobre o processo, inclusive em redes sociais e no plenário da Alesp.
A Justiça paulista já havia negado um pedido semelhante feito por Bove. Em 26 de maio, a juíza Carla Santos Balestreri, do Fórum Criminal da Barra Funda, indeferiu a solicitação de prisão ao considerar que não havia “comprovação inequívoca de descumprimento da medida cautelar”. O Ministério Público também se manifestou contra a prisão.
Por outro lado, a influenciadora também já havia requerido a prisão preventiva do ex-marido em outubro de 2024. Na ocasião, a Justiça reconheceu que o deputado violou medidas cautelares ao se manifestar publicamente sobre o caso, mas ainda assim negou a prisão.
Atualmente, além do inquérito criminal, Lucas Bove responde a um processo de cassação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Apesar da gravidade das acusações, parlamentares da base e da oposição indicam que o processo deverá ser arquivado.