O empresário Luiz Carlos Bassetto, que hostilizou Cristiano Zanin, na época advogado do presidente Lula gravou um vídeo endereçado ao hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) se retratando e pedindo desculpas pelas ofensas e ameaças proferidas no banheiro do aeroporto de Brasília, em janeiro de 2023.
Ele inicia o vídeo se identificando e afirma que o atual ministro “não faz jus” às ofensas ditas por ele na ocasião, afirma que Zanin é um “excelente advogado” e estende o pedido de desculpas a toda a advocacia, ao reconhecer que o agora ministro “apenas exercia regularmente sua profissão”.
“Esta retratação é de forma cabal, plena, inequívoca e consciente. Declaro publicamente que o advogado e atual ministro Cristiano Zanin não faz jus as palavras ditas por mim naquele dia. Ele não é o pior advogado que possa existir, pelo contrário, um excelente advogado e hoje exerce o cargo de ministro em razão da sua competência. Me arrependo, ainda, de todas as demais ofensas proferidas na oportunidade, que deixarei de mencionar. Minhas sinceras desculpas. Endereço minhas desculpas também a toda advocacia, pois o ato que pratiquei se dirigiu a um advogado que na oportunidade apenas exercia regularmente sua profissão, de modo que minha retratação também os alcance”, disse Bassetto.
O ofensor responde a queixa-crime movida pelo Conselho Federal da OAB, uma vez que o delito contra Zanin foi praticado pelo exercício de suas funções como advogado.
Trabalharam diretamente na queixa-crime acolhida pela 6ª Vara Criminal de Brasília os conselheiros federais da OAB, Ulisses Rabaneda, Fernanda Tórtima e Alberto Toron.
Em janeiro do ano passado, o empresário filmou Zanin enquanto o então advogado escovava os dentes em um banheiro do aeroporto. No vídeo, gravado e publicado por ele, Bassetto aborda Zanin e o chama de “vagabundo”, “safado”, “bandido” e “corrupto”. “Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse”, afirmou, enquanto Zanin não reagiu.
Bassetto também virou réu acusado de ameaça e incitação ao crime contra o ex-advogado de Lula, em denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).