O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), no Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Maceió (AL). A prisão ocorreu por volta das 4h, quando Collor se preparava para embarcar rumo a Brasília para se entregar voluntariamente. Ele foi levado à Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana, onde permanecerá até que o Supremo Tribunal Federal (STF) defina o local definitivo para o cumprimento da pena.
A ordem de prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que rejeitou os últimos recursos da defesa e considerou as tentativas como “meramente protelatórias”. A decisão ocorreu após o trânsito em julgado da condenação, tornando-a definitiva e sem possibilidade de novos recursos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, convocou uma sessão extraordinária em plenário virtual para esta sexta-feira (25), das 11h às 23h59, para que os demais ministros analisem a decisão de Moraes, que segue em vigor.
Collor foi condenado em 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um esquema de propinas na BR Distribuidora, entre 2010 e 2014, investigado na Lava Jato. Segundo o STF, ele recebeu R$ 20 milhões para beneficiar contratos com a UTC Engenharia. Também foram condenados os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo de Leoni Ramos. Parte das acusações feitas pela PGR foi descartada ou considerada prescrita.
Fernando Collor é o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização. A defesa afirmou ter recebido a decisão com surpresa e preocupação, criticando o caráter monocrático da ordem. Collor foi presidente entre 1990 e 1992, renunciando antes de sofrer impeachment. Voltou à vida pública como senador por Alagoas, cargo que ocupou até 2022.