A desembargadora Haidée Denise Grin, que esteve presente em um jantar promovido pelo empresário Luciano Hang no dia 16 de dezembro, anunciou sua suspeição para atuar em um recurso relacionado ao dono da rede de lojas Havan. O evento, realizado em Brusque (SC), também contou com a presença de outros dez magistrados do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).
Haidée, que desde outubro era responsável pelo caso, solicitou a redistribuição do processo. Em despacho datado de 19 de dezembro, justificou sua decisão apontando o contato recente com uma das partes envolvidas. “Adoto essa medida para garantir que não haja dúvidas quanto à minha imparcialidade no exercício da judicatura”, escreveu.
Após a redistribuição, o caso foi designado ao desembargador André Carvalho, outro participante do jantar. No entanto, Carvalho também declarou suspeição em 20 de dezembro, citando motivos semelhantes. “Por conta do contato recente com uma das partes, que até então não conhecia pessoalmente, decido me afastar do julgamento para preservar a confiança na Justiça”, explicou.
O processo agora será redistribuído mais uma vez, buscando um novo relator.
Sobre o caso judicial
O recurso trata de uma condenação por danos morais movida contra o professor Guilherme Howes Neto, de Santa Maria (RS), que foi obrigado a pagar R$ 20 mil a Luciano Hang. A decisão original foi proferida pelo juiz Gilberto Gomes de Oliveira Junior, da 1ª Vara Cível de Brusque, que é filho do desembargador Gilberto Gomes de Oliveira, outro magistrado presente no jantar.
A ação foi motivada por postagens nas redes sociais que o empresário considerou ofensivas e difamatórias.
Nota de Luciano Hang
A assessoria do empresário informou que o jantar teve como objetivo apresentar a restauração da Casa Renaux, um edifício histórico com mais de 115 anos, considerado um patrimônio cultural de Brusque e de Santa Catarina.