Durante participação no Web Summit Rio, evento internacional de tecnologia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que a Corte teve protagonismo na contenção de tentativas de uso das redes sociais para preparar um golpe de Estado no Brasil.
Segundo o ministro, o país enfrentou uma “batalha contra o extremismo” e contra ameaças ao Estado democrático de direito. Barroso destacou que a atuação do STF foi feita em parceria com a sociedade civil, a imprensa e parte da classe política. “Oferecemos resistência à utilização das plataformas digitais com o ímpeto destrutivo das instituições e para a preparação de um golpe de Estado, como aparentemente se vem desvelando”, declarou.
O evento ocorreu poucos dias após o STF, por unanimidade, aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete envolvidos por tentativa de golpe em 2022, tornando-os réus em ação penal.
Barroso também comentou sobre a suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, explicando que a medida não teve motivação política. Segundo ele, a plataforma perdeu o direito de operar no país após retirar sua representação legal, o que fere a legislação nacional. “Se não tem representação no Brasil, não pode operar”, explicou.
O presidente do STF reafirmou a importância da liberdade de expressão, mas ponderou que é necessário equilibrar esse direito com a proteção das instituições democráticas. “É preciso preservá-la na maior intensidade possível, mas evitar que o mundo desabe num abismo de incivilidade”, afirmou.