O advogado Heraldo Silva de Souza foi preso nesta terça-feira (1) em Serrinha, a 70 km de Feira de Santana, na Bahia, sob suspeita de participar da fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis e de um atentado contra o diretor da unidade. O crime ocorreu em dezembro de 2023, quando oito homens armados invadiram o presídio, trocaram tiros com agentes e facilitaram a fuga dos internos – ação registrada por câmeras de segurança.
Segundo as investigações, o advogado foi identificado como peça-chave de uma organização criminosa e atuava na gestão de recursos do tráfico de drogas, prestação de contas e cobrança de metas semanais de arrecadação. A polícia ainda não divulgou detalhes sobre seu envolvimento direto na fuga e no atentado.
A prisão ocorreu durante a Operação Dupla Face, realizada em conjunto pela Polícia Civil e o Ministério Público da Bahia (MP-BA). Além do mandado de prisão, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, que resultaram na apreensão de duas armas e munições.
COMO ACONTECEU A FUGA
Os detentos, que estavam no Pavilhão B, usaram uma “teresa” (corda feita de lençóis) para escapar pelo alambrado. Segundo o coronel Luís Alberto Paraíso, houve duas ações simultâneas, com um grupo cortando as grades externas e atirando contra guaritas, distraindo a segurança enquanto os fugitivos escapavam pelo matagal. Para fugir, os detentos furaram o teto da cela.

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou apenas que homens armados invadiram o presídio, abriram duas celas e liberaram os 16 detentos.
AFASTAMENTOS E PRISÕES PÓS-FUGA
Após o episódio, a diretora Joneuma Silva Neres, o diretor adjunto e o coordenador de segurança foram afastados. Dias depois, Joneuma foi presa por suspeita de facilitar a fuga – ela teria ligação com uma facção criminosa. Na abordagem, foram apreendidos celulares e chips, caderno de anotações e R$8 mil em dinheiro.

Em maio de 2024, um motorista do presídio foi baleado perto da unidade. A suspeita é que o alvo era o diretor Jorge Magno Alves, que não foi atingido. O caso segue sob investigação. A operação revela a infiltração de profissionais do sistema jurídico em esquemas criminosos, agravando a crise carcerária na Bahia.
Com informações do G1