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Advocacia brasileira registra mais profissionais bem remunerados e maior presença de mulheres, aponta pesquisa

jurinews.com.br

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No Dia do Advogado, celebrado nesta segunda-feira (13 de agosto), dados recentes revelam um cenário de mudanças significativas na advocacia brasileira. De acordo com o Censo Jurídico 2025, realizado pela Projuris, 48% dos profissionais do Direito que atuam em escritórios possuem renda mensal acima de R$8 mil. Em 2023 e 2022, esse mesmo percentual era significativamente menor: 38% e 30%, respectivamente. Se analisados os recortes da faixa salarial acima de 30 mil, também houve aumento: 11%, ante 7% em 2023 e 4% em 2022.

Os resultados foram compilados separadamente entre os que atuam em escritórios, 64%, e departamentos jurídicos, 36%.

A pesquisa também investigou a idade dos profissionais e o tempo de atuação na área jurídica. Dos que atuam em escritórios de advocacia, por exemplo, 56% possuem entre 31 e 50 anos, indicando crescimento ante os 50% que estavam nessa faixa de idade em 2023 e os 45% de 2022. Os números também indicam menor percentual na faixa acima de 50 anos: 35% em 2025, 36% em 2023 e 46% em 2022.

No recorte específico de profissionais que atuam em departamentos jurídicos, 65% estão na faixa etária da meia idade, diante de 53% em 2023 e 63% em 2022. Acima de 50 anos, o percentual também foi menor no Censo deste ano: 13% em 2025, 31% em 2023 e 18% em 2022.

Para os mais jovens, na faixa de 18 a 25 anos, os profissionais que atuam em escritórios representam apenas 2%, mesmo percentual de 2022, mas menor quando comparado com os 8% de 2023. Em departamentos jurídicos, o percentual de 8% é menor que os 9% de 2022, porém mais significativo do que os 4% de 2023.

Sobre o tempo de carreira, a maioria dos profissionais que atuam em ambas as situações têm mais de 10 anos de experiência, sendo 53% dos que atuam em departamentos e 58% daqueles que trabalham em escritórios. Neste caso, houve aumento dos profissionais que atuam em escritórios – 2023 eram 54% e 2022 48% – mas não dos que trabalham em departamentos jurídicos – 62% em 2023 e 53% também em 2022.

PARTICIPAÇÃO FEMININA

No que diz respeito ao gênero, houve um crescimento da participação feminina em departamentos jurídicos, que, pela primeira vez, supera a presença masculina. Embora os números indiquem uma predominância atual, esse avanço pode ser interpretado como um passo importante rumo a mais representatividade, especialmente em uma carreira historicamente dominada por homens.

De acordo com os dados, 62% dos profissionais que estão designados para esse serviço são mulheres, ante 49% em 2023 e 48% em 2022. Em escritórios, o percentual de 45% também é maior que os 41% de 2022, mas significativamente menor em relação aos 63% do ano retrasado.
LEVANTAMENTO REGIONAL

Em relação ao Estado onde moram, na atual edição, tanto os profissionais que trabalham em escritório como os que atuam em departamentos jurídicos, em sua maioria, são de São Paulo (29% trabalham em escritórios e 43% em departamentos), Rio de Janeiro (11% escritórios e 10% em departamentos) e Minas Gerais (9% em ambos). Os três estados já vinham tendo destaque neste recorte ao longo dos últimos anos. No total, a região sudeste concentra 49,3% dos profissionais de escritórios – leve queda para 2023, quando a parcela era de 52% – e 64% de departamentos jurídicos – maior que os 55% de 2023.

A concentração na região sudeste ainda é bem significativa em ambos os cenários, com pouca variação ao longo dos últimos anos.

FORMAÇÃO

Ainda de acordo com a pesquisa, em 2025, 79% dos profissionais que atuam em escritórios e 75% dos que trabalham em departamentos de empresas têm algum grau de especialização. Número mais representativo do que em 2023, quando os percentuais eram de 70% para escritórios e 71% para departamentos jurídicos.

O cenário atual aponta para uma advocacia mais diversa, especializada e conectada às demandas contemporâneas. As mudanças de perfil, renda e distribuição regional mostram que a profissão, embora tradicional, está longe de permanecer estática. No Dia do Advogado, mais do que celebrar conquistas, os números convidam à reflexão sobre como o Direito brasileiro continuará a se moldar nos próximos anos.

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