O policial civil Antônio Alves Dourado, que é suspeito de assassinar quatro colegas dentro da Delegacia da Polícia Civil de Camocim, teve sua prisão preventiva decretada nessa segunda-feira (15) após passar por audiência de custódia. A medida foi tomada pelo Juízo do 5º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito, sediado em Sobral, visando assegurar a ordem pública e prevenir a ocorrência de novos crimes por parte do acusado.
Durante a audiência, o custodiado afirmou em breve entrevista que entrou em contato com a polícia e se entregou voluntariamente em sua residência, e que não sofreu violência física no momento da prisão em flagrante. Em seguida, o representante do Ministério Público do Ceará (MPCE) manifestou-se a favor da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, enquanto a defesa do suspeito solicitou a concessão de liberdade provisória, ainda que com a imposição de medidas cautelares.
O juiz Erick José Pinheiro Pimenta homologou a prisão em flagrante e posteriormente a converteu em prisão preventiva. Segundo o magistrado, “a concessão da liberdade ao flagranteado acarretaria sérios riscos à ordem pública, uma vez que ele poderia cometer possíveis outros delitos da mesma natureza contra as pessoas com as quais trabalhava e em relação às quais nutria o mesmo sentimento que motivou a prática dos fatos atualmente em análise”.
Ao fundamentar sua decisão, o juiz também destacou que “a gravidade concreta do fato se evidencia, primeiro, por se tratar de um servidor público na área de segurança (Inspetor da Polícia Civil), a quem foi confiada a responsabilidade legal de proteger a sociedade; segundo, porque as vítimas eram colegas de trabalho na Polícia Civil, e alguns foram mortos enquanto estavam em momento de descanso”.
O magistrado ressaltou ainda que o modus operandi do crime revela um planejamento prévio da execução, que não deu nenhuma chance de defesa às vítimas, “demonstrando a frieza, audácia e extrema periculosidade do suspeito”.
