O STF autorizou a delegada da Polícia Federal Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência do Distrito Federal, a não comparecer nesta terça-feira à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. Ela prestaria depoimento na condição de investigada.
Marília também atuou no Ministério da Justiça, na gestão de Anderson Torres. Ela foi convocada para explicar um relatório detalhando as cidades onde o então candidato Lula teria vencido no primeiro turno das eleições. O documento teria motivado blitzes da Polícia Rodoviária Federal em cidades do Nordeste no segundo turno.
A decisão liberando Marília de prestar depoimento é do ministro Nunes Marques, que permitiu que ela não comparecesse. O presidente da CPMI, Arthur Maia, classificou a decisão como lamentável, e que a medida atrapalha os trabalhos do colegiado.
Marília esteve, em março, na CPI dos Atos Antidemocráticos, instalada na CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal). Na época, ela disse considerar que a inteligência “não fracassou” no caso da invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília
Apesar disso, no Congresso, os parlamentares prosseguem com outro depoimento. Eles vão ouvir Marcela da Silva Morais Pinno, cabo da Polícia Militar do DF que atuou no Batalhão de Choque no dia da invasão, em 8 de janeiro. Ela e um colega foram jogados da cúpula do Congresso Nacional, de uma altura d três metros, e agredidos pelos manifestantes. Em maio, o governo do Distrito Federal promoveu os dois policiais por atos de bravura.