O Programa Justiça 4.0 qualificou 4.249 pessoas – entre servidoras e servidores, magistrados e magistradas, estudantes e público em geral – em 2023, um crescimento de 23% em relação a 2022. Foram oferecidos três cursos síncronos e 18 autoinstrucionais ao longo do ano passado.
As formações visaram desenvolver competências em gestão de projetos, inteligência artificial (IA), integridade e compliance e ciência de dados aplicada ao Poder Judiciário. Incluíram, ainda, o aprendizado de algumas das soluções tecnológicas da Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-Br) e de serviços oferecidos no âmbito do programa.
Para a gerente de projetos do PNUD Julia Matravolgyi, o crescimento no número de cursos ofertados e matrículas realizadas indica o maior incentivo à formação de profissionais que atuam em todas as instâncias do Poder Judiciário. “Os cursos oferecidos pelo Justiça 4.0 representam uma oportunidade de utilizar as ferramentas disponibilizadas pelo programa para fortalecer os esforços de inovação do Judiciário, garantindo a eficiência do trabalho realizado pela Justiça brasileira”, afirma.
Os treinamentos integram as ações do Justiça 4.0 voltadas para a inovação e o fortalecimento das capacidades institucionais de órgãos do Poder Judiciário. O programa é realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Conselho da Justiça Federal (CJF), com apoio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).
CURSOS MAIS BUSCADOS
No balanço do ano, foram registradas 18.432 inscrições em cursos autoinstrucionais, com 42,2% das matrículas realizadas por profissionais da Justiça Estadual. Já a grade de aulas síncronas somou 685 inscrições, a maioria de pessoas vinculadas aos tribunais estaduais (42,8%) e do trabalho (22%), respectivamente.
A capacitação para uso do Sniper registrou o maior número de certificados emitidos (1.136) e matrículas realizadas (5.255). Cursos em IA, integridade e compliance para o Judiciário e gestão de projetos também responderam por boa parte das certificações emitidas em 2023.
No caso das formações autoinstrucionais, ofertadas na plataforma de ensino à distância do CNJ, o CEAJud, 3.835 estudantes concluíram os cursos. Destes, 54,6% eram profissionais vinculados à Justiça Estadual, com destaque para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS), Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) e Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba (TJ-PB).
Por sua vez, na modalidade síncrona, 414 pessoas foram certificadas nos três cursos ofertados: Java Básico, Spark e Integridade e Compliance para o Judiciário. O primeiro curso atingiu recorde de interessados na história do Programa: foram recebidas 1.151 pré-inscrições, das quais foram selecionadas 250 pessoas.
PERSPECTIVAS PARA 2024
Ao todo, para este ano, estão previstos 15 cursos de formação em sistemas utilizados na PDPJ-Br, como Codex, Domicílio Judicial Eletrônico e PrevJud, além de aulas sobre modelos de IA desenvolvidos no âmbito do Programa Justiça 4.0.
Após o recorde de inscritos no curso de Java Básico em 2023, três capacitações nesta tecnologia serão oferecidas em 2024 em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor). Já estão abertas as inscrições para o curso de Java Avançado, destinado aos profissionais de órgãos do Poder Judiciário. Serão 250 vagas para formação a distância por meio do ambiente virtual Moodle.
Dois cursos têm lançamento confirmado para fevereiro: Anotação de Dados para Modelos de Inteligência Artificial no Judiciário e Spark: Distribuição e Processamento de Dados. Em março, a expectativa é disponibilizar capacitações para uso das ferramentas Sistema Nacional de Gestão de Bens (SNGB) e Banco Nacional de Medidas Penas e Prisões (BNMP 3.0).
A qualificação de profissionais do Judiciário nas tecnologias e nos serviços da PDPJ-Br e do Justiça 4.0 é o foco da grade de cursos oferecida pelo programa em 2024, como explica Tamires Souza, assessora técnica em Projetos de Educação a Distância. “A ideia é potencializar o envolvimento dos tribunais nesse processo de capacitação. Cada órgão está elaborando uma estratégia para melhor preparar seus servidores e magistrados no uso das soluções disponibilizadas pela PDPJ-Br. Nosso intuito é apoiá-los e acelerar a inovação da Justiça”, diz.
Com informações do CNJ