Em entrevista ao programa ‘Estúdio i’ da GloboNews nesta segunda-feira (11), o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou a proposta de anistia para os condenados pelos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Mendes avaliou que o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro é uma tentativa de apaziguar sua base política, que se sentiu abandonada após sua viagem aos Estados Unidos.
O ministro destacou que conceder anistia aos responsáveis por crimes tão graves não tem sentido, considerando que os atos cometidos foram extremamente sérios. Ele também mencionou a visita da ex-presidente do STF, ministra Rosa Weber, ao complexo penitenciário da Papuda e Colméia, onde os detidos afirmavam não terem feito nada de grave, apenas invadido o Supremo Tribunal Federal. Mendes ressaltou a necessidade de responsabilizar não apenas os executores, mas também aqueles que os induziram e manipularam.
Além disso, o ministro destacou que o pedido de anistia feito por Bolsonaro durante um evento na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro, sugeria que ele estava protegendo os manifestantes.
Até o momento, o STF condenou 86 pessoas pelos ataques golpistas, principalmente por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As defesas argumentam que as condutas não foram individualizadas e que os atos não configuraram um golpe de Estado.
