O Ministério da Fazenda informou nesta sexta-feira (1º) que a medida provisória 1.185, publicada pelo governo Lula nesta semana, fixa regras para que empresas no país possam usar, a partir de 2024, um benefício fiscal julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em abril, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que devem incidir impostos sobre determinados incentivos fiscais dados por estados a empresas e deu ganho de causa ao governo federal.
- A ação questionava se empresas podem abater da base de cálculo de impostos federais (IRPJ e CSLL) os incentivos fiscais concedidos pelos estados via ICMS.
- Esse abatimento, quando realizado, reduz a base de incidência dos tributos federais. Logo, a União arrecada menos.
- Com a decisão, só será possível abater da base de cálculo subvenções estaduais ligadas a investimentos e mediante comprovação dos requisitos legais.
- Portanto, subvenções ligadas a custeio da atividade empresarial não poderão ser abatidas.
Na prática, a decisão do STJ foi uma vitória para o governo porque ampliou a expectativa de arrecadação desses impostos (IRPJ e CSLL), que serão calculados em cima de uma base maior.
De acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a MP parte do entendimento do STJ de que benefícios ligados a custeio não são mais permitidos.
A partir da medida provisória, as empresas deverão se habilitar na Receita para registrar os investimentos feitos com base nos incentivos fiscais – e, com isso, conseguir o abatimento na tributação.
“Ele vai se habilitar por meio de um procedimento simplificado dentro da sistemática que já temos de declarações. Vamos ver a lei estadual. Ela condiciona esse subsidio a um investimento. Tem direito a um crédito presumido de ‘X’ desde que compre um equipamento, desde que amplie a fabrica. Se for para isso, vamos deferir”, explicou Barreirinhas a jornalistas.
- A proposta de orçamento para o ano de 2024, enviada nesta quinta-feira (31) pelo governo ao Congresso Nacional, traz uma estimativa de arrecadação de R$ 35,3 bilhões por conta da decisão do STJ – que limitou a concessão desse tipo de benefício para investimentos.
- Esse valor é considerado pelo governo na busca pelo déficit zero em suas contas no próximo ano – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.