Flávio Pacheco da Silva, de 52 anos, afirmou em interrogatório que, no ano passado, recebeu um artefato explosivo de uma pessoa que o incentivou a utilizá-lo para explodir o Supremo Tribunal Federal (STF). O suspeito não soube identificar quem lhe entregou o explosivo, apenas relatou que o objeto era confeccionado com cano de PVC, papelão e pólvora.
“Isso foi antes daquele rapaz ir lá no Supremo”, declarou, fazendo referência a Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que morreu ao detonar um explosivo na Praça dos Três Poderes, em novembro do ano passado.
AMEAÇAS E INTERROGATÓRIO
Durante o depoimento, Flávio alegou ser alvo de perseguição política desde 2022 e afirmou que chegou a ser torturado após manifestar o desejo de sair do país. Ainda segundo ele, o explosivo levado ao Ministério do Desenvolvimento Social não tinha capacidade de ignição, e garantiu que nunca teve a intenção de detonar o local.
O caso aconteceu na tarde de quinta-feira (22), quando a Polícia Civil foi acionada após o homem, acompanhado da esposa e de duas crianças, ameaçar explodir um artefato na sede do ministério. A operação, batizada de Petardo, foi deflagrada para lidar com a ocorrência.
RECONHECIMENTO FACIAL E PRISÃO
Para confirmar a identidade do suspeito, a Polícia Civil utilizou tecnologia de reconhecimento facial. Uma testemunha informou que as ameaças começaram depois que Flávio, que buscava atendimento para seu irmão com esquizofrenia, ouviu de uma funcionária que aquele não seria o local adequado para esse tipo de demanda.
Após 1 hora e 40 minutos de negociações, ele foi rendido e conduzido à Delegacia de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV).
Na manhã desta sexta-feira (23), durante audiência de custódia, a Justiça decidiu manter a prisão do acusado.